Sem citar Nunes e Marçal, Bolsonaro chama candidatos a ato de 7 de Setembro
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gravou um vídeo convocando seus apoiadores para o ato do 7 de Setembro na avenida Paulista e disse que candidatos à Prefeitura de São Paulo estão autorizados a subirem no trio elétrico.
O que aconteceu
Bolsonaro disse que ato faz parte de um "movimento suprapartidário". "Como um candidato a prefeito da capital queria comparecer, nós autorizamos, assim como qualquer outro candidato a prefeito da capital está autorizado a subir no carro de som também", afirmou o ex-presidente.
A declaração não cita os nomes de Ricardo Nunes (MDB), que tem o apoio oficial de Bolsonaro, nem de Pablo Marçal (PRTB), que tem ganhado espaço entre os bolsonaristas. Ao UOL, o pastor Silas Malafaia disse que a candidata Marina Helena (Novo) também estará autorizada a subir.
Candidatos não poderão discursar em trio. Segundo o ex-presidente, o ato será "patriótico para o resgate da democracia" e seguirá os moldes da manifestação realizada pelo grupo em fevereiro deste ano. Bolsonaro é investigado por suspeita de tramar um golpe de Estado.
Lideranças bolsonaristas têm evitado demonstrar, publicamente, insatisfação com o apoio de Bolsonaro a Nunes. Eles afirmam que Marçal representa mais o bolsonarismo e citam símbolos usados pelo ex-coach em eventos de campanha. O empresário cresceu nas intenções de voto entre os eleitores do ex-presidente, mostraram as últimas pesquisas eleitorais.
Apesar do apoio a Nunes, Bolsonaro elogiou Marçal ao dizer que o candidato do PRTB é "uma figura nova", "é uma pessoa inteligente" e "tem suas virtudes". O ex-presidente chegou a dizer que Marçal "não tem experiência, mas faz parte" e que Nunes não era seu "candidato dos sonhos".
Ato contra Moraes
O evento será organizado pelo pastor Silas Malafaia, aliado e amigo de Bolsonaro. Foi ele quem promoveu ato em fevereiro deste ano, quando o ex-presidente pediu anistia e um acordo com o STF, usando expressões como "pacificação" e "borracha no passado".
Reportagens do jornal Folha de S.Paulo mudaram o contexto político, e Malafaia promete um pronunciamento "duríssimo" contra Moraes. O pastor declarou ao UOL que defenderá o impeachment do ministro. A única maneira de cancelar as críticas, segundo ele, seria o fim dos inquéritos contra lideranças conservadoras.
Cronograma prevê que o pedido de impeachment seja entregue dois dias depois do ato. A ideia é reunir milhões de assinaturas e apoio de juristas. Eles devem dizer à população que Moraes agiu para favorecer Lula, inclusive com decisões contra Bolsonaro e aliados do ex-presidente.
No vídeo divulgado hoje, Bolsonaro reafirma que ato é para mostrar ao mundo "o que estamos sofrendo". "Nós queremos anistia para os presos políticos. Nós temos no Brasil hoje órfãos de pais vivos e isso não é admissível. Nós temos gente que morreu em prisão sem o direito de se defender e nós temos que lutar por isso", afirmou o ex-presidente.
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