'Não sou um candidato à altura do PSDB', diz Datena ao declarar derrota
Em coletiva que marca o fim do primeiro turno, Datena declarou derrota e disse que não estava à altura do PSDB. "Eu tinha certeza que seria eleito antes da campanha", disse no final da coletiva em que declarou derrota, no diretório municipal do PSDB em São Paulo.
O que aconteceu
"Datena, independência e coragem", esse era o jingle do candidato tucano, que se diz "o prefeitão". José Luiz Datena (PSDB) começou grande, em terceiro lugar nas pesquisas, atrás apenas de Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB) e disputando uma vaga no segundo turno —ele tinha 14% das intenções de voto. Com 97% das urnas apuradas, está com 1,83% e não foi para o segundo turno, deixando o partido tucano enfraquecido para outras eleições.
Foi o menor resultado da história do partido tucano. Em coletiva, ele declarou que não se sente à altura do partido.
"Não aprendi nada com a política", disse ele, que confessou ter tido pouca disposição. Datena brincou com os jornalistas que estavam no diretório do partido, no bairro de Higienópolis.
"Sabia que o desempenho ia ser péssimo". Datena disse que as décadas de ao vivo o ensinaram a não demonstrar a decepção. "Eu sabia que não ia ser bom, tanto que poupei vocês nas agendas de rua."
Na última semana de campanha, o candidato só foi duas vezes às ruas. Desmarcou uma agenda na avenida Paulista e tirou dois dias para se preparar para o último debate, da TV Globo. No sábado, véspera das eleições, não saiu. "Eu nunca pedi voto."
Queda do apresentador nas pesquisas reflete enfraquecimento do PSDB. Durante o voto, na manhã deste domingo (6), José Aníbal (PSDB), presidente do partido em São Paulo e vice de Datena, esteve ao seu lado, na coletiva também. A esperança que ele tinha em Datena caiu por terra logo no início da contagem de votos. "Popularidade não quer dizer que entendo de política", disse Datena, que foi cercado por uma legião de fãs em seu colégio eleitoral.
Ele estava envergonhado. Pediu desculpas ao partido, aos jornalistas e nem mesmo considerou apoiar alguém para o segundo turno. "Com essa quantidade de votos, apoiar alguém não faz menor diferença ", disse, assumindo que não será um apoio disputado.
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