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Saddam Hussein deve ser enforcado neste sábado

da Redação

29/12/2006 22h29

O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein, condenado à morte pelo assassinato de 148 xiitas em 1982, deve ser enforcado em Bagdá antes da 1h deste sábado (6h locais), segundo autoridades iraquianas.

AFP
O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein
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A informação é de um dirigente iraquiano ligado ao primeiro-ministro Nuri al-Maliki, que preferiu não ter o nome divulgado. Ele falou sobre o assunto ao final de uma reunião, da qual participaram representantes de autoridades iraquianas e americanas, e que tinha como objetivo precisar as modalidades da execução.

De acordo com a TV pública iraquiana, a execução será entre 5h30 e 6h (0h30 e 1h de Brasília).

Saddam Hussein permanece sob a vigilância do Exército dos EUA em um campo militar nos arredores de Bagdá.

Munir Haddad, juiz da Corte de Apelações do Alto Tribunal Penal iraquiano, que assistirá à execução, confirmou que ela parece iminente.

"Pode ser que o enforquem em duas horas. Acabam de me avisar para comparecer ao local (da execução)", disse à AFP.

"Saddam será enforcado esta noite ou de manhã. Vou representar a Corte de Apelações durante a execução. O promotor Munqith al-Farun também estará lá", disse mais cedo Munir Haddad a um grupo de jornalistas na Zona Verde, um bairro ultraprotegido de Bagdá.

"O gabinete do primeiro-ministro me pediu para estar pronto no prazo de uma hora", completou.

Sami al-Askari, deputado e colaborador do premier iraquiano, Nuri al-Maliki, disse que todos os documentos necessários para a execução de Saddam Hussein estão prontos e que o ex-presidente deve ser enforcado na madrugada deste sábado.

Se não for neste sábado, a execução só deverá ocorrer na quinta-feira, no final da festa muçulmana do Al-Adha, acrescentou o deputado.
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Reuters
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Um advogado do comitê de defesa do ex-presidente, que pediu para não ser identificado, confirmou que Saddam Hussein "será executado na madrugada de sábado"e que a forca já foi montada.

As autoridades iraquianas querem executar Saddam Hussein antes do amanhecer, quando começam as celebrações da Festa do Sacrifício. "A tradição manda que não se pratique qualquer execução durante as festas religiosas", explicou um responsável governamental.

Em uma última manobra para evitar a execução, os advogados de Saddam Hussein pediram na noite de sexta-feira à Justiça dos Estados Unidos que bloqueasse a transferência do presidente deposto às autoridades iraquianas, informou o Departamento americano de Justiça.

Os advogados enviaram documentos à Corte Federal de Washington para impedir a transferência imediata aos iraquianos de Saddam Hussein, atualmente sob o controle dos americanos, informou o porta-voz do Departamento, Charles Miller.

Saddam Hussein, seu meio-irmão Barzan al-Tikriti, ex-chefe dos serviços de inteligência, e o ex-presidente do tribunal revolucionário Awad al-Bandar foram condenados à morte em 5 de novembro pela execução de 148 aldeões xiitas de Dujail (norte de Bagdá) nos anos 80.

A apelação do ex-presidente foi rejeitada terça-feira pela Justiça iraquiana.

Especulações

As especulações sobre a data da execução de Saddam crescem desde terça-feira, quando uma corte iraquiana de apelações confirmou a sentença contra Saddam e decidiu que ela deveria ser cumprida em um prazo máximo de 30 dias.

Ministros iraquianos disseram haver versões conflitantes no gabinete sobre a data e sobre a necessidade de uma autorização do presidente para a execução.

Falando pela primeira vez sobre o tema, o primeiro-ministro Nuri Al Maliki disse nesta sexta-feira que "não haverá atraso" nem recuo na execução. Um assessor disse que a declaração, citada pela TV pública, foi dirigida a parentes de vítimas do regime de Saddam.

Nesta semana, várias autoridades salientaram que, ao contrário de outros delitos, o presidente não pode perdoar réus condenados à morte por crimes contra a humanidade.

Maliki, que pertence à maioria xiita, oprimida pelo regime de Saddam, disse em novembro que esperava que o ex-ditador fosse enforcado ainda neste ano.

Mas alguns sunitas dizem que a execução pode agravar a tensão desse grupo com os xiitas. Alguns curdos também gostariam que Saddam chegasse a ser julgado e condenado por um genocídio contra essa etnia do norte do Iraque, um processo marcado para ser reiniciado em 8 de janeiro.

Na quinta-feira, Saddam pôde encontrar dois meio-irmãos, também detidos pelos EUA numa base perto de Bagdá. Um advogado disse que o presidente estava com bom estado de ânimo.

Com agências internacionais