Erupção perde força, e agência reabre espaço aéreo europeu após uma semana de restrições
Quase 100% dos voos vão operar na Europa nesta quinta-feira (22), depois de as restrições nos últimos sete dias devido à nuvem de cinzas vulcânicas vinda da Islândia perder força, afirmou nesta quarta-feira a agência de tráfego aéreo europeia, a Eurocontrol.
Raio-x da Islândia
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Nome oficial: República da Islândia
Capital: Reykjavík
População: 306.694
Tipo de governo: República Constitucional
Clima: Temperado; moderado pela Corrente do Atlântico Norte, inverno suave, ventoso, úmido, verão fresco
Relevo: Maioria de planaltos intercalados com picos de montanhas e campos gelados; litoral profundamente recortado por baías e fiordes
Perigos naturais: Terremotos e atividade vulcânica
Fonte: CIA Factbook
A agência afirmou ainda em um comunicado que 22.500 voos, ou 80% do total, devem operar nesta quarta-feira, ante cerca de 28 mil que normalmente ocorreriam. A Eurocontrol acrescentou que quase todo o espaço aéreo da Europa abaixo de 20 mil pés está liberado, com restrições em algumas áreas como a Finlândia e partes do norte da Escócia.
Os voos transoceânicos voltaram ao normal, com 338 chegadas na Europa nesta quarta-feira (21), segundo a agência.
Emissão de nuvens continua
O vulcão subterrâneo da geleira Eyjafjallajokull, ao sul da Islândia, continuará emitindo cinzas nos próximos dias, mas de forma reduzida, informou hoje a agência de Defesa Civil islandesa.
A nuvem vulcânica é "bastante baixa" e não-visível para os radares, e não se espera que alcance uma altitude superior aos 20 mil pés (entre 6 mil e 7 mil metros) durante os próximos dias, indicam as últimas previsões.
Nos dias de maior atividade do Eyjafjallajokull, a nuvem de cinzas superou os 11 mil metros de altitude e provocou graves transtornos no tráfego aéreo da Europa.
As nuvens de cinzas continuarão hoje ao sul e sudeste do vulcão. A mudança dos ventos para o nordeste, prevista para as próximas horas, fará com que também se produzam nuvens ao sudoeste, mas somente nas áreas próximas ao Eyjafjallajökull.
Os especialistas calculam que a força da erupção foi reduzida para 20% de sua máxima e uma quarta parte da qual chegou no sábado passado. No entanto, eles ressaltaram que isso não indica necessariamente que a extinção da atividade seja imediata.
Embora o vulcão produza 'bombas' de magma já faz alguns dias, ainda não se detectou lava fluente.
Cenário de destruição
Os habitantes da Islândia viram seus campos virarem um deserto coberto por um pó fino na semana passada, mas agora começam a se preocupar com a possibilidade de que as erupções recentes acordem um vulcão ainda muito maior.
Cerca de 800 pessoas foram retiradas de suas casas desde o início da erupção do Eyjafjallajokul há uma semana. Agora que o perigo de inundações foi afastado, a maior parte delas já voltou para conferir os estragos.
As cinzas cobriam os campos do pé do vulcão ao sul do glaciar até o mar. Casas e carros estavam cobertas com vários centímetros de finas partículas.
"A coisa não está muito bem neste momento, não está nada bem", disse Gudny Thorvaldsson, 57, que inspecionou sua pequena fazenda com 50 ovelhas e 40 cavalos, que ele cuida principalmente durante o verão como uma pausa para seu trabalho na universidade agrícola de Reykjavik.
As ovelhas foram recolhidas para evitar que aspirem os possíveis efeitos tóxicos das cinzas, que, segundo os especialistas, contêm muito fluoreto.
Anna Birna Thrainsdottir,43, que é proprietária de uma fazenda ao longo da costa que leva a Reykjavik, disse que perdeu a noção do tempo porque a nuvem de fumaça transformou o dia em noite.
"Estou feliz de ter a luz do dia, mas temos pó em todos os lugares, 20 centímetros de pó", disse. "Estou preocupada com o que vai acontecer na sequência, haverá ainda mais fumaça na erupção?", acrescentou.
Vulcanologistas disseram que uma erupção embaixo do glaciar Eyjafjallojkull pode levar um vulcão ainda maior, o Katla, a acordar.
O Katla tem uma camada muito mais grossa de gelo na sua superfície e foi o magma tocando o gelo no Eyjafjallajokull que provocou a grossa nuvem de fumaça e pó que parou o tráfego aéreo europeu por seis dias. Ele entrou em erupção pela última vez em 1918.
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