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ONU pede rapidez em ajuda estrangeira ao Paquistão; Ban diz nunca ter visto tragédia igual

Do UOL Notícias*<br>Em São Paulo

15/08/2010 12h06

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu à comunidade internacional que acelere a ajuda ao Paquistão depois das piores inundações do país em décadas, que mataram mais de mil pessoas.

As enchentes, estimuladas pelas chuvas torrenciais das monções, inundaram vales de Paquistão e terras férteis, deixando mais de 1.600 mortos e 2 milhões de desabrigados. Seis milhões de pessoas ainda precisam de alimentos, abrigos ou remédios, segundo as Nações Unidas.

Mas com uma área do tamanho da Itália afetada por inundações, o governo e as agências de ajuda humanitária têm encontrado dificuldades para levar auxílio aos atingidos. A ONU informou sobre os primeiros casos de cólera em meio a temores de um problema maior. Algumas vítimas mendigam ou realizam saques. Pontes caíram, as rodovias estão inundadas e aldeias ficaram ilhadas em um dos países mais pobres da Ásia.

"Somente um quarto dos 459 milhões de dólares da ajuda necessária para a assistência inicial chegou", segundo a ONU. "Estou aqui (...) para demonstrar minha compaixão e solidariedade ao povo e ao governo do Paquistão neste momento", afirmou Ban ao chegar ao país. "Estou aqui também para pedir que a comunidade internacional acelere a ajuda."

"A ONU empreenderá qualquer medida possível para agilizar a assistência e acelerar o ritmo de entrega ao povo", disse Ban durante um encontro com o primeiro-ministro, Yousef Raza Guilani, pelo comunicado divulgado pelo escritório do governante paquistanês.

O secretário-geral das Nações Unidas disse que nunca viu um desastre natural comparável às inundações que atingem há duas semanas o país.

"Vi muitos desastres naturais em todo mundo, mas nunca nada como isto. Isto (as inundações) ainda não acabou, continuará por semanas", disse Ban em entrevista coletiva conjunta com o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari.

Ban explicou que em 19 de agosto apresentará um relatório à Assembleia Geral das Nações Unidas para mobilizar à comunidade internacional sobre a grave situação do país.

Guilani expôs que "a escala e a magnitude do desafio foram além da capacidade de um país em vias de desenvolvimento e talvez inclusive de um país desenvolvido", por isso que pede "solidariedade com o Paquistão e com as vítimas das inundações nesta hora de necessidade", segundo a nota.

O primeiro-ministro ressaltou que precisa com "urgência" do fornecimento de tendas de campanha, comida, material de higiene e medicamentos e infraestrutura para purificar água. São necessários também helicópteros e botes para os trabalhos de resgate, dado que se temem novos transbordamentos.

Guilani acrescentou que criará uma comissão independente para garantir transparência na distribuição dos recursos e dos materiais de assistência.

Em seu discurso por causa do dia da independência, Guilani elevou ontem a 20 milhões o número de afetados pela catástrofe.

* Com agências internacionais