Em reunião, Irã ataca Conselho de Segurança da ONU e é cobrado por programa nuclear
O líder religioso do Irã, aiatolá Ali Khamenei, cobrou nesta quinta-feira (30) reformas no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo ele, o formato atual, que é do final da 2ª Guerra Mundial, é reflexo de uma “estrutura irracional e antidemocrática e de uma clara ditadura”. O conselho é formado por 15 países, dos quais apenas cinco têm assentos permanentes: os Estados Unidos, a China, o Reino Unido, a França e Rússia.
“A sala de controle do mundo (o Conselho de Segurança) é comandada por ditaduras de alguns países do Ocidente. É uma estrutura irracional, injusta e totalmente antidemocrática”, disse Khamenei, referindo-se, sem citar nominalmente, a algumas das nações que ocupam os assentos permanentes do órgão. O discurso do líder religioso foi acompanhado atentamente pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, convidado ao encontro - a 16ª Cúpula dos Países Não Alinhados, realizada em Teerã.
O Conselho de Segurança foi constituído nos anos de 1940, logo após a 2ª Guerra Mundial, e refletia o cenário político e econômico da época. Especialistas defendem a ampliação do órgão para que países que passaram a ter mais destaque na comunidade internacional sejam representados.
Autonomia do Ocidente
Segundo os organizadores, a cúpula em Teerã conta com a participação de representantes de 107 países. O Brasil está presente apenas como observador. O Movimento dos Países Não-Alinhados representa as nações em desenvolvimento que tentam definir um caminho de independência e autonomia em relação às grandes potências econômicas e políticas.
Dos líderes estrangeiros, os que se destacam são o novo presidente do Egito, Mohamed Mursi, e o líder da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.
A presença de Ki-moon na cúpula gerou críticas dos Estados Unidos e de Israel. Ele ficará dois dias em Teerã para a cúpula. Na conversa com o líder religioso, ele elogiou a iniciativa e destacou a relevância do Irã na região.
Sob suspeita
O Irã é alvo de sanções impostas pelo Conselho de Segurança, cuja maioria dos integrantes desconfia do programa nuclear desenvolvido pelo país. Para o órgão, o programa é uma ameaça nuclear por levantar suspeitas sobre a produção de armas. Os iranianos negam essa produção. Khamenei disse nesta quinta-feira (30) que o Oriente Médio deve ficar livre das ameaças de armas nucleares, e cobrou de Ki-moon a atuação da ONU para dar prioridade à questão.
Na conversa que teve com Ki-moon nesta quinta-feira (30), o líder religioso disse que "a ONU deve fazer sérios esforços para dissipar as preocupações com relação a essas armas". O secretário-geral, por sua vez, reiterou a preocupação com o programa nuclear iraniano e pediu que as autoridades autorizem especialistas estrangeiros a visitar as usinas e centros de pesquisas no país.
Conflito na Síria
O líder religioso iraniano mencionou também a preocupação com os desdobramentos da crise na Síria, que já dura 17 meses e matou mais de 20 mil pessoas. Segundo Khamenei, o Irã se esforça para cooperar com o que for necessário para ajudar a Síria. Os iranianos, os chineses e os russos são os aliados mais fieis dos sírios e resistem a quaisquer medidas de intervenção ou de sanções na região.
"Com base em seus ensinamentos e crenças religiosas, a República Islâmica do Irã está pronta para fazer todos os esforços para resolver a crise síria", disse Khamenei, informando que lamenta que a oposição seja estimulada por “elementos estrangeiros”, gerando uma "guerra de preocupação". (com agências internacionais)
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