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Conhecidos dizem que mãe de atirador dos EUA esperava colapso social e temia perder o filho

Nancy Lanza, mãe de Adam Lanza, atirador que matou 26 pessoas em uma escola primária nos EUA na última sexta-feira (14) - Cortesia da família de Nancy Lanza/ABC News/Reuters
Nancy Lanza, mãe de Adam Lanza, atirador que matou 26 pessoas em uma escola primária nos EUA na última sexta-feira (14) Imagem: Cortesia da família de Nancy Lanza/ABC News/Reuters

Do UOL, em São Paulo

17/12/2012 13h25Atualizada em 17/12/2012 14h26

Amigos e vizinhos de Nancy Lanza, 52, mãe de Adam Lanza, 20, o jovem que invadiu uma escola primária nos EUA matando 26 pessoas na última sexta-feira (14), disseram que ela acreditava que o mundo estaria à beira de um colapso e temia perder o filho. As informações são do "Daily Mail".

Nancy faria parte de um movimento chamado de "prepper", que reúne pessoas que acreditam que devem se preparar para o caos social. De acordo com pessoas próximas, ela estaria estocando comida, água e armas dentro de casa e também ensinava os filhos, Adam e Ryan, 24, a atirar. 

A ex-cunhada de Nancy, Marsha, disse que conversava bastante com ela sobre o assunto. "E última vez que a visitei, ela falou sobre isso e perguntou se eu estava preparada para o que poderia acontecer quando a economia entrasse em colapso". 

Ainda segundo Marsha, Nancy protegia as armas que tinha em casa, mas nunca escondeu de ninguém sua coleção. 

Nancy tinha cinco armas registradas em seu nome. Três foram levadas pelo filho para o massacre no colégio Sandy Hook e uma quarta foi encontrada no carro que ele usou.

"Ela me disse que gostava da obstinação que sentia ao atirar", disse Dan Holmes, um dos vizinhos de Nancy. Ainda segundo Holmes, Nancy não gostava muito que as pessoas fossem até sua casa. "Eu tocava a campainha e ela vinha me encontrar do lado de fora. Era um pouco estranho".

Outra vizinha, Rhonda Collens, disse ao jornal que  Nancy costumava ir à casa de outros vizinhos para participar de jogos, mas na vez dela receber os colegas em sua casa, o jogo era sempre cancelado.

No entanto, outro conhecido de Nancy, John Bergquist, negou que ela estivesse estocando armas. "Eu sei que ela tinha armas de fogo e gostava de tiro ao alvo. Mas ela era um exemplo de proprietária de armas responsável", disse ele à "NBC". Ele diz que Nancy era uma pessoa muito alegre, mas que conversava pouco sobre seu filho mais novo e preferiria falar do mais velho, Ryan. 

Outros conhecidos de Nancy também relataram que, na última semana, ela havia comentando que temia perder o filho. "Ela disse que (a relação com o filho) estava ficando pior. Ela estava tendo dificuldades de se comunicar com ele", disse um amigo que não quis se identificar à Associated Press.

Adam matou Nancy na sexta-feira (14), antes de se dirigir ao colégio onde abriu fogo contra professores e alunos, matando 26 pessoas.

Funerais das vítimas começam nesta segunda

Os funerais de Noah Pozner e Jack Pinto, ambos com 6 anos de idade, foram marcados para esta segunda-feira (17) pelas famílias e serão os primeiros entre as vítimas do atirador. Outros seis funerais também já foram marcados.

Segundo a Associação de Serviços Funerários de Connecticut, Jessica Rekos, 6, deve ser velada nesta terça-feira (18), e na quarta, estão marcados os funerais de Daniel Barden, 7, e da professora Victoria Soto, 27. 

Na quinta-feira, Catherine Hubbard, 6, será velada e enterrada. A família do garoto britânico Dylan Hockley, 6, marcou uma cerimônia particular e não informou a data.

Nesta segunda-feira (17), a polícia informou que continua apurando as evidências encontradas na cena do crime e que não há prazo para concluir a investigação. O que mais intriga os investigadores é descobrir o que teria motivado o ataque naquela escola.  

As crianças que estavam na escola no dia da tragédia devem ser ouvidas em breve pela polícia. "Entrevistas com as crianças serão feitas por profissionais e na presença dos pais", disse o investigador J. Paul Vace.

Ainda segundo Vace, dois adultos que foram feridos e sobreviveram ao ataque são considerados testemunhas-chave para explicar como o ataque aconteceu.