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Conclave para escolha de novo papa começa a partir de 15 de março, diz porta-voz do Vaticano

Do UOL*, em São Paulo

13/02/2013 10h54

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, afirmou nesta quarta-feira (13) que o conclave para escolha do papa que sucederá Bento 16 começará entre 15 e 20 de março. 

O conclave, quando cardeais se reúnem para eleger o novo papa, vai começar de 15 a 20 dias após o cargo papal ficar vago em 28 de fevereiro, informou Lombardi, hoje, em entrevista coletiva.

Bento 16 surpreendeu a Igreja Católica e o mundo, na última segunda-feira (11), ao anunciar sua renúncia, a primeira de um papa em vários séculos. Lombardi disse que os católicos não devem ficar desorientados pela decisão de Bento 16.

Bento 16 diz que deixa de ser papa "pelo bem da Igreja"

Papa deixa Vaticano às 17h

Ainda de acordo com o porta-voz, Bento 16 deixará o Vaticano às 17h locais (14h de Brasília), ainda que a oficialização da renúncia esteja marcada para as 20h locais (17h de Brasília).

O pontífice irá de helicóptero à residência dos papas de Castelgandolfo, cerca de 30 quilômetros ao sul de Roma.

Leia mais sobre a renúncia

  • Filippo Monteforte/AFP

    Raio atinge a basílica de São Pedro no mesmo dia em que Bento 16 anunciou a renúncia

Imediatamente após a renúncia terá início a Sé Vacante -- o tempo que vai desde a morte ou renúncia de um papa até a eleição do seguinte, com o objetivo de permitir que todos os cardeais do mundo compareçam a Roma. Por isso, não se descarta que o conclave comece em 15 de março, detalhou Lombardi.

A lei vaticana estabelece que o conclave de cardeais deve começar entre 15 e 20 dias depois do início da chamada Sé Vacante, com o objetivo de permitir que todos os cardeais do mundo compareçam a Roma.

Em audiência, papa defende renúncia

Nesta segunda, Quarta-Feira de Cinzas para a Igreja, o papa Bento 16 fez sua primeira aparição pública desde o anúncio de que irá renunciar no dia 28 de fevereiro e disse que está renunciando "pelo bem da igreja". Bento 16 agradeceu pelo "amor" e apoio dos fieis.

Milhares de católicos são esperados mais tarde na praça de São Pedro, para as cerimônias da Quarta-Feira de Cinzas.

"Queridos irmão e irmãs, como sabem, decidi renunciar ao ministério que o Senhor me confiou em 19 de abril de 2005. Faço isso em plena liberdade pelo bem da igreja, depois de ter rezado muito e após examinar minha consciência diante de Deus, ", declarou Bento 16 diante de um salão lotado com cerca de 10 mil pessoas no Vaticano, onde foi ovacionado.

O papa afirmou ainda que está "consciente da importância da decisão, mas que também é consciente de que não é capaz de dar sequência ao ministério petrino [como sucesso de São Pedro, o primeiro papa] com a força física e espiritual necessária".

"Me dá apoio e me ilumina a certeza de que a igreja é de Cristo, ao Qual não lhe faltará seu guia e seu cuidado. Obrigado a todos pelo amor e pelas orações com que vocês me acompanham. Continuem rezando pelo papa e pela igreja", concluiu Bento 16.

Os milhares de fiéis presentes responderam com uma grande ovação, ainda maior do que a feita quando Bento 16 entrou na sala Paulo 6º para a tradicional audiência das quartas-feiras.

O pontífice entrou na sala por volta das 10h44 no horário local (7h44 horário de Brasília), enquanto os fiéis aplaudiam de pé agitando bandeiras de diversos países, incluindo o Brasil.

Bento 16 entrou sozinho na sala. Momento depois, ele foi seguido por seu secretário pessoal e prefeito da Casa Pontifícia, o arcebispo Georg Ganswein. Sorridente, Bento 16 acenou aos presentes enquanto soava uma música religiosa.

Logo depois, leu um breve texto e começou a audiência, cuja catequese (explicação oral) foi dedicada à Quaresma, que começa hoje, Quarta-Feira de Cinzas.

Bento 16 leu sua mensagem sobre a quaresma em diversos idiomas, incluindo o português, momento no qual saudou Curitiba e Porto Alegre.  O papa disse que a Quaresma é um tempo para a conversa e convidou os fiéis a renovar seu compromisso com o diálogo, "dando espaço  a Deus, aprendendo a olhar com seus olhos a realidade de cada dia".

Ainda nesta quarta-feira, o papa vai celebrar a missa da Quarta-Feira de Cinzas na Basílica de São Pedro, em vez de numa igreja menor de Roma onde estava prevista, para que mais pessoas possam comparecer. (Com Efe e Reuters)