Sequestro de jovens pelo Boko Haram é gota d'água para nigerianos, diz ONG
O sequestro de mais de 200 jovens estudantes pela milícia Boko Haram, no último dia 15, foi "a gota d'água para os nigerianos", que há cinco anos precisam lidar com as ações cruéis do grupo de radicais islâmicos. A avaliação foi feita pela pesquisadora nigeriana Mausi Segun, da organização “Human Rights Watch”, em artigo publicado nesta quarta-feira (7).
“O governo nigeriano precisa urgentemente de uma nova estratégia para proteger seus cidadãos e saber lidar com a corrupção, a pobreza e a impunidade que tem instigado esse tipo de crimes contra estudantes”, declarou.
A pesquisadora se refere a uma série de crimes dessa natureza já praticados pelo Boko Haram e que, segundo ela, não tiveram a atenção devida das autoridades governamentais e nem da forças de segurança. O sequestro mais recente ganhou maior repercussão após uma das sequestradas, que conseguiu fugir, contar que as meninas são estupradas 15 vezes ao dia.
“O sequestro de Chibok é apenas um dos vários crimes desses insurgentes, mas o único no que diz respeito à escala, ao estilo [do crime] e a relatos conflitantes sobre o número exato de garotas envolvidas e por que nenhuma delas foi resgatada pelas forças de segurança”, diz a pesquisadora da HRW.
A pesquisadora questiona ainda o governo --segundo ela, fazendo a pergunta que muitos nigerianos gostariam-- “onde estavam as forças de segurança quando homens armados atacaram a escolar e raptaram as jovens?”
Mausi Segun diz ainda que é difícil entender os motivos que levaram a milícia a escolher uma escola particular --no caso, a Chibok-- para o ataque.
“Pode ser que os insurgentes consideraram a reabertura da escola [que estavam fechada havia meses após ameaças da própria milícia] que fica tão perto de um campo do Boko Haram, como uma afronta. Ou pode ser apenas por causa do movimento constante do grupo, de que os insurgentes precisavam de uma nova oferta de mulheres e meninas para cuidar de suas necessidades domésticas e sexuais”, diz Mausi.
Mas, na opinião da pesquisadora, o estilo e a proporção deste crime em particular, e a comoção causada por uma repercussão atípica de um país que não costuma ser ator frequente na mídia internacional, mobilizou a sociedade nigeriana, que tem organizado protestos inclusive contra o governo.
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