Presidente ucraniano recorre a uma "boneca da sorte" para tomar decisões
Em meio às negociações de paz entre o Kremlin e os separatistas do leste da Ucrânia, que devem ser retomadas nesta semana, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, revelou em seu perfil no Twitter contar com a ajuda de um amuleto da sorte em formato de boneca --um tanto descabelada-- para tomar as mais diferentes decisões à frente do governo.
"Tornou-se uma tradição: todos os dias venho trabalhar com a boneca e, olhando para ela, penso o que é que posso fazer para defender o país", escreveu Poroshenko.
A boneca, que tem um significado especial para o presidente, foi um presente dos "cyborgs" --soldados e voluntários ucranianos que atuam no aeroporto de Donetsk, leste da Ucrânia, considerado o epicentro dos mais sangrentos combates há semanas.
Novas negociações de paz
A negociação entre o Kremlin e separatistas será mediada pela OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), que tentará colher a assinatura dos representantes dos dois lados para uma nova trégua nos ataques no leste ucraniano.
"Confirmamos nossa disposição de realizar a reunião do Grupo de Contato --Ucrânia, separatistas, Rússia e a OSCE-- nos próximos dias. Estamos fazendo todo o possível", disse o assessor do Kremlin, Yuri Ushakov.
Os separatistas se mostraram convencidos de que a reunião vai acontecer nesta semana, embora a data ainda não esteja definida. Enquanto Kiev propõe 9 de dezembro (terça-feira), os líderes rebeldes de Donetsk querem realizar o encontro no dia 12 de dezembro (sexta-feira).
"As negociações segundo o formato de Minsk terão lugar nesta semana assim que Kiev confirmar a agenda, o que está sendo abordado neste momento", afirmou Denis Pushilin, negociador da autoproclamada república popular de Donetsk. Segundo ele, os insurgentes querem discutir assuntos como uma nova trégua, a retirada da artilharia e das plataformas de lançamento de mísseis e a troca de prisioneiros de guerra por listas pactuadas.
"Além disso, desejam negociar o gradual levantamento do bloqueio econômico imposto às zonas rebeldes por Kiev, a entrada em vigor das leis que concedem três anos de autonomia aos separatistas e a anistia aos milicianos", acrescentou Pushilin.
O dirigente rebelde acusa Kiev de "não formular posições claras" sobre o bloqueio econômico --em alusão à decisão de Kiev de suspender os serviços bancários e retirar a administração pública da região-- e estas leis. "Pode ser que eles queiram evitar decisões concretas para sufocar economicamente as repúblicas populares e assim fugir do necessário diálogo político com nossos povos. Podem esperar sentados. Insistiremos para que Kiev responda com clareza a nossas perguntas", comentou. (Com agências internacionais)
Primeiros passos em direção à trégua
Na semana passada, Ucrânia e os separatistas chegaram a um acordo para uma nova trégua a partir de 9 de dezembro, embora o modelo do cessar-fogo não tenha sido feito.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, determinou que os ministros da Defesa e Interior, os serviços de segurança e a Guarda Nacional tomem as medidas necessárias para garantir o fim das hostilidades na zona de conflito.
Além disso, as forças governamentais e as milícias separatistas acertaram uma trégua no aeroporto de Donetsk, mas ambas as partes se acusam desde então de violá-la.
O comando militar ucraniano reconheceu que mais de 400 soldados perderam a vida em combates com as milícias pró-Rússia desde o cessar-fogo declarado em 5 de setembro em Minsk. (*Com informações da Efe)
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