George Santos 'ressurge' como drag: quem é o polêmico ex-deputado dos EUA
O ex-deputado dos EUA George Santos, expulso do Congresso norte-americano em 2023, apareceu em um vídeo como a drag queen Kitara Ravache, celebrando o retorno após "18 anos no armário".
Quem é o político?
George é filho de imigrantes brasileiros e nascido em Nova York. Mas viveu parte da juventude em Niterói, no Rio de Janeiro.
Foram pessoas que ele conheceu nessa época que confirmaram que ele concorria em concursos de beleza como drag queen. Inicialmente, Santos declarou no Twitter que os relatos eram "categoricamente falsos". Depois, ele reconheceu que se vestiu com roupas femininas, mas disse que na ocasião era jovem "e estava apenas se divertindo".
Ao voltar aos EUA, George se filiou ao partido Republicano em Nova York e passou a apoiar uma agenda conservadora. Ele se tornou o primeiro cidadão brasileiro eleito deputado no país e o primeiro abertamente gay pelos republicanos, mas teve o mandato cassado em 2023 após uma série de escândalos.
George teria inventado boa parte do currículo que apresentava, mentindo sobre ter formação superior e ter trabalhado em grandes bancos de Wall Street. A Baruch College e e a NYU, onde ele teria estudado finanças e economia, não encontraram seu histórico escolar. O Citigroup e a Goldman Sachs, mencionadas pelo ex-deputado, disseram que não tinham registro de trabalho dele.
Ele também foi alvo de investigação por uma acusação de estelionato no Brasil e por irregularidades nas contas da sua campanha eleitoral. Depois, ele ainda foi acusado pelo ex-assessor Derek Meyers de abuso sexual. O ex-deputado admitiu em entrevistas que teria "embelezado" o seu currículo profissional.
"E eu sinto muito, e isso não deveria ser feito. E as palavras não podem expressar 100% como me sinto, mas ainda sou o mesmo cara. Eu não sou uma fraude.
George Santos à publicação City & State
Os crimes investigados
O deputado norte-americano foi acusado de estelionato no Brasil, por preencher cheques com um talão roubado, de acordo com registros descobertos pelo "The New York Times". O processo judicial é de 2008, mas o Ministério Público do Rio de Janeiro solicitou a reabertura das investigações após a explosão das denúncias contra ele.
O processo foi suspenso porque as autoridades policiais brasileiras não conseguiram localizá-lo. Santos teria ido a uma pequena loja de roupas em Niterói (RJ) e gastado mais de R$ 2 mil usando um talão de cheques roubado e um nome falso.
Em setembro de 2011, um juiz aprovou a acusação e determinou que Santos respondesse ao caso, porém, em outubro, ele já estava nos EUA. O deputado negou qualquer envolvimento no caso ao The New York Post.
Outra denúncia foi feita pelo ex-assessor Derek Meyers, que disse ter sofrido assédio do ex-deputado. Ele encaminhou uma denúncia ao Comitê de Ética da Câmara e à Polícia do Capitólio.
Ele alega que estava com Santos no escritório, quando o deputado questionou se ele tinha um perfil no app de relacionamentos Grindr. Após Meyers responder que não tinha, o congressista teria tocado em sua perna e feito um convite para que fossem a um karaokê. O ex-assessor diz ter recusado a proposta, que aconteceu em 25 de janeiro de 2023.
A assessoria de Santos não quis comentar o assunto, ao ser procurada pelo New York Times. A defesa do deputado também se recusou a comentar a versão de Meyers.
Suspeita em contas de campanha
Mas a cassação do mandato de George aconteceu por outra questão: desvio de recursos de campanha. O órgão de fiscalização Campaign Legal Center, que é ligado ao governo dos Estados Unidos, apontou que o então deputado teria ocultado doadores de sua campanha ao cargo e também utilizado uma parcela dos recursos arrecadados para pagar o aluguel do imóvel onde mora.
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Quero receberNo curso da investigação, o Comitê de Ética da Câmara mostrou que Santos desviou recursos de campanha. O dinheiro foi usado, por exemplo, para pagar Botox e assinaturas no OnlyFans, plataforma conhecida por conteúdo adulto.
George Santos disse que não renunciaria ao mandato. "Se eu renunciar, fica fácil para esse lugar", declarou à época.
Malcolm Lazin, ativista dos direitos LGBTQIA+ e ex-promotor federal, também pediu investigação sobre o antigo casamento de Santos, segundo o NYT. A acusação é de que ele teria se casado com uma mulher brasileira apenas para que ela conseguisse o green card. A união durou sete anos.
Ele acabou expulso do Congresso, em dezembro do ano passado.
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