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AirAsia havia se gabado em abril de que seus aviões 'nunca desapareceriam'

Artista Sudarshan Pattnaik finaliza escultura de areia na praia de Golden Sea, na Índia, em homenagem aos voos QZ8501, da AirAsia, e MH370, da Malaysia Airlines, que desapareceram na Ásia - AFP
Artista Sudarshan Pattnaik finaliza escultura de areia na praia de Golden Sea, na Índia, em homenagem aos voos QZ8501, da AirAsia, e MH370, da Malaysia Airlines, que desapareceram na Ásia Imagem: AFP

Do UOL, em São Paulo

29/12/2014 11h55Atualizada em 29/12/2014 13h02

Um texto publicado na revista de bordo da companhia aérea AirAsia em abril deste ano afirmava que suas aeronaves "nunca desapareceriam" -- numa referência irônica ao sumiço do voo MH370 da sua concorrente asiática Malaysia Airlines.

"O treinamento dos pilotos da AirAsia é contínuo e minucioso", dizia o artigo. "Esteja seguro de que nosso capitão está bem preparado para garantir  que seu avião nunca desapareça. Tenha um bom voo!".

Na ocasião, a companhia teve de pedir desculpas publicamente devido à controvérsia gerada pelo texto, meses antes do desaparecimento de seu QZ8501 no último sábado.

Datuk Kamarudin Meranun, diretor executivo da AirAsia e editor da revista "Travel 3Sixty" expressou seu "profundo pesar" pela polêmica, mas alegou que a revista havia sido levada à impressão antes do desaparecimento do MH370, em 8 de março. 

Aeronaves e navios de quatro países participam das buscas pelo Airbus da companhia, que ia de Surubaia, na Indonésia, para Cingapura quando desapareceu dos radares próximo a Bornéu, 40 minutos após a decolagem. Entre tripulantes e passageiros, 162 pessoas estavam a bordo. 

O diretor da agência indonésia de busca e resgate, Bambang Soelistyo, levantou a possibilidade de que ele esteja no fundo do mar.

"As últimas coordenadas foram no mar, portanto é possível que se encontre no fundo dele", declarou Soelistyo em entrevista coletiva no aeroporto de Jacarta.

Mais cedo o presidente da AirAsia, Tony Fernandes, se disse devastado com o acidente.

"É inacreditável", afirmou durante uma entrevista coletiva ao lado de outros executivos da empresa. "Nós esperamos que a aeronave seja encontrada rápido e que possamos descobrir a causa do que aconteceu."

O MH370 desapareceu quando ia de Kuala Lumpur, na Malásia, para Pequim, na China. Mais de nove meses depois, nenhum destroço foi localizado. As principais buscas ocorrem numa área próxima à costa oeste da Austrália. (Com agências internacionais)