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Brasileiro se fere em queda de avião no Peru; Exército suspeita de tráfico

Brasileiro se feriu em queda de avião e foi resgatado por uma operação militar no Peru - Divulgação/Comando Conjunto de las Fuerzas Armadas Peru
Brasileiro se feriu em queda de avião e foi resgatado por uma operação militar no Peru Imagem: Divulgação/Comando Conjunto de las Fuerzas Armadas Peru

Márcio Padrão

Do UOL, em São Paulo

14/05/2015 06h00

As Forças Armadas do Peru investigam a queda de uma aeronave particular, com matrícula boliviana CP-2614, onde estavam o brasileiro Asteclínio da Silva Ramos Neto e um colombiano, de nome não divulgado. Segundo a versão da família e da imprensa peruana, Ramos Neto, natural de Curitiba (PR), foi ferido em operação militar enquanto trabalhava como piloto particular. Já o Exército do país diz que o avião já estava caído quando chegou ao local.

A região onde estava a aeronave, na cidade peruana de Rio Tambo, na província de Satipo, é conhecida por ser rota do tráfico de entorpecentes. O incidente ocorreu no último dia 15 de abril. A família do brasileiro e a imprensa local sustentam a versão de que um helicóptero disparou com metralhadora, ferindo Ramos Neto no tórax e no braço. O colombiano teve um ferimento na perna e já foi liberado pelo hospital.

Em nota, as Forças Armadas peruanas disseram que o helicóptero detectou a queda do avião durante uma missão de reconhecimento. O comando especial que cobre a região teria enviado uma patrulha ao local e resgatado os dois feridos, que foram levados a uma emergência médica antes de seguirem para o hospital em Satipo. "O fiscal antidrogas foi notificado dos fatos e ordenou as investigações, em coordenação com a Polícia Nacional", diz o texto.

Não foi confirmado até o momento se a aeronave transportava drogas.

Segundo o advogado Rodrigo Faucz, que está representando a família de Ramos Neto no caso, o brasileiro estava atualmente morando na Bolívia, onde estudava medicina, e um amigo teria lhe oferecido um serviço como piloto para transportar o colombiano. Ele não possui antecedentes criminais e teria um plano de voo que o havia autorizado a sobrevoar a região.

O brasileiro continua hospitalizado em Satipo e sob custódia policial, que pretende obter com ele mais detalhes sobre o caso. Ele chegou a ficar oito dias em coma, segundo a família.

Procurado pelo UOL, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro afirmou que Ramos Neto está hospitalizado desde 17 de abril. No dia 19, ele recebeu a visita de um diplomata brasileiro para acompanhamento da situação clínica. Segundo o Itamaraty, o estado de saúde do piloto é estável e a embaixada mantém contato com os familiares dele, que já se encontram no Peru. O órgão ainda não possui informações detalhadas sobre a acusação de tráfico de drogas.

Um incidente semelhante ocorreu em 2001, quando um pequeno avião com missionários dos Estados Unidos foi abatido no Peru. A norte-americana Veronica Bowers e seu bebê, Charity, morreram no incidente. O marido, Jim Bowers, o filho de seis anos, Cory, e o piloto, Kevin Donaldson, sobreviveram.