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Longe de sobrenome famoso, filha de Putin tem patrimônio bilionário, diz agência

Katerina, filha de Putin, durante competição de dança - Jakub Dabrowski/Reuters
Katerina, filha de Putin, durante competição de dança Imagem: Jakub Dabrowski/Reuters

Do UOL, em São Paulo

10/11/2015 18h49

Desde que o presidente russo, Vladimir Putin, começou a consolidar sua trajetória política e seu poder sobre a Rússia na década de 90, seus amigos enriqueceram. Mas poucos ficaram ricos como a filha caçula do comandante do Kremlin. Com o apoio do pai e dos amigos dele, Katerina, filha mais nova de Putin, tem com o marido uma fortuna estimada em mais de US$ 2 bilhões, segundo uma investigação da agência de notícias Reuters.

O próprio Putin divulga posses modestas em seu próprio nome. Em abril, a declaração de renda do presidente russo foi de 7,65 milhões de rublos (US$ 119 mil ou R$ 451 mil). Ele afirma ter dois apartamentos modestos e uma sociedade em um estacionamento.

A Reuters conseguiu confirmar a identidade de Katerina, que usa hoje o sobrenome Tikhonova. Ela é casada com Kirill Shamalov, 33, filho de Nikolai Shamalov, amigo de longa data de Putin. Nikolai é acionista do Banco Rossiya, descrito por autoridades dos EUA como um banco pessoal da elite russa.

Com o marido, Katerina teria participações societárias de US$ 2 bilhões, segundo estimativas dadas à Reuters por analistas financeiros. Sua riqueza seria resultado da grande participação em uma empresa de gás e petroquímica que Kirill comprou de Gennady Timchenko, outro amigo de longa data de Putin.

Entre as propriedades do jovem casal está uma casa à beira-mar em em Biarritz, França, com valor estimado em US$ 3,7 milhões, também comprada por Kirill de Timchenko.

Katerina também tem ligações com a Universidade Estadual de Moscou, onde ajuda a dirigir um plano de US$ 1,7 bilhão para expandir o câmpus. Entre os conselheiros oficiais de Katerina na instituição aparecem cinco integrantes do círculo íntimo de Putin, incluindo dois ex-agentes da KGB que a conhecem desde a infância. Eles trabalharam com Putin na década de 80, quando o presidente foi enviado para Dresden, na então Alemanha Oriental.

A filha mais velha de Putin, Maria, também tem ligações com a Universidade Estadual de Moscou. Graduada em Medicina, estaria tentando carreira na área de endocrinologia, segundo a investigação da Reuters.

Katerina evitou a vida pública desde que seu pai se tornou presidente, em 2000. Em 2011, Putin chegou a falar um pouco da filha mais nova: afirmou que ela era especializada em estudos orientais. Pouco se sabia sobre ela até que um blogueiro russo, Oleg Kashin, revelou que a filha do presidente havia adotado o sobrenome da avó, Yekaterina Tikhonovna Shkrebneva.

Katerina e Kirill fazem parte de uma nova geração de russos que desfrutam de uma rápida ascensão, na esteira de seus pais bem relacionados. O fenômeno lembra os chamados “príncipes” da China –filhos e netos de líderes do Partido Comunista que ganharam postos com poderes e acumularam fortunas.

Os dados sobre os negócios de Katerina e do marido dão uma rara perspectiva sobre a vida das filhas de Putin. O presidente sempre fez questão de manter a vida de Maria e Katerina de forma privada, e elas raramente aparecem na mídia. Mas as negociações também dão informações sobre as finanças da família do homem mais poderoso da Rússia e da elite que se formou ao seu redor.