Sobrevivente do Holocausto pode ser o homem mais velho do mundo

Um sobrevivente do Holocausto de 112 anos pode ser o homem mais velho do mundo após a morte de um japonês da mesma idade no início desta semana. Yisrael Kristal mora na cidade de Haifa, no norte de Israel, e recebeu uma carta do Grupo de Investigação Gerontológico informando de sua nova condição e pedindo um documento oficial para certificá-lo junto ao Guinness Book.

Segundo os dados do grupo, que acompanha idosos com mais de 110 anos, não existem informações até o momento sobre o nascimento de nenhum homem que supere Kristal em idade. Mas para provar que ele é o "homem mais velho do mundo", é preciso provar sua data de nascimento com um documento emitido em seus primeiros 20 anos de vida.

O problema é que o único documento que atesta sua idade é uma certidão de casamento, emitida quando Kristal tinha 25 anos. O grupo agora avalia se pode flexibilizar suas próprias regras e o aceita como válido.

Kristal nasceu em 1903 na cidade de Zarnov, na Polônia, em uma família religiosa. Seu pai era um professor de Torá, o livro sagrado dos judeus. Durante a Primeira Guerra, o pai e ele foram forçados a lutar ao lado do Exército russo. Ele se casou e teve dois filhos, que morreram no gueto de Lodz, na Polônia. Em 1944, Kristal e a mulher foram enviados para o campo de concentração de Auschwitz, onde ela morreu. Ele sobreviveu por conta do trabalho forçado.

Em 1950, Kristal se mudou para Israel com sua segunda mulher, com quem se casou em 1947. Desde então, a família vive em Haifa.

"O Holocausto não afetou as crenças do meu pai" disse sua filha, Shula, ao jornal israelense "Jerusalem Post". "Ele acredita que foi salvo porque Deus quis assim. Ele não é uma pessoa com raiva, é alguém que acredita que há uma razão para tudo no mundo", afirmou ela.

Segundo ela, o pai atribui sua longevidade apenas a Deus, e acredita que sua idade avançada é apenas uma graça divina concedida a ele.