Brasil reduz gasto militar, mas segue entre os 15 países com maior investimento no setor
Apesar do corte de gastos, o Brasil é o 11° país que mais gastou com despesas militares em 2015. Segundo estudo do Sipri (Instituto Internacional de Estudos da Paz de Estocolmo, na sigla em inglês), o país diminuiu suas despesas em dólar em 2,2%, por conta da crise econômica. Ainda assim, o Brasil foi responsável por 1,5% dos gastos militares do mundo (US$ 24,6 bi) --mantendo a posição do ano anterior.
A queda brasileira segue a tendência do Ocidente, que diminuiu seus gastos ainda que em um ritmo menor. Entretanto, o Sipri estimou que o gasto militar mundial voltou a subir em 2015, revertendo uma tendência de baixa que durava quatro anos. Esta evolução resulta de uma forte expansão dos gastos militares no Leste Europeu, na Ásia e no Oriente Médio.
Os EUA gastaram US$ 596 bilhões no setor (36% dos investimentos no setor no mundo). A China está em segundo, com US$ 215 bilhões (13%), seguida de Arábia Saudita (US$ 87,2 bilhões; 5,2%) e Rússia (US$ 66,4 bilhões; 4%). Somados, os quatro primeiros países representaram mais de 57% do gasto militar mundial. Nos últimos dez anos, o gasto militar americano caiu 4%, enquanto o da China cresceu 132%. No caso dos sauditas e dos russos, o crescimento foi de 97% e 91%, respectivamente.
Entre 2014 e 2015, a média de gastos dos países sul-americanos caiu 4%. A queda deve-se principalmente aos problemas financeiros da Venezuela, atingida por uma grave crise econômica. O país cortou 64% de seu orçamento militar principalmente por conta da queda do preço do petróleo, afirma o instituto. O Equador, que também mantinha elevados gastos militares, cortou suas despesas militares em 11%. Outros países sul-americanos, como Colômbia, Paraguai, Peru e Uruguai, mantiveram suas despesas.
Entre os latinos, o México destacou-se por aumentar seus gastos no setor. Afetado pelos gastos no combate contra o crime organizado e com o maior envolvimento de forças militares no combate aos cartéis e gangues, o país elevou suas despesas em 3,6%.
O instituto estimou ainda os gastos militares equivaleram a 2,3% do produto interno bruto global e que 10% disso seria suficiente para financiar os objetivos globais das Nações Unidas para terminar com a pobreza e a fome até 2030. "Isso dá algum tipo de perspectiva que pode permitir que as pessoas vejam qual é o custo de oportunidade envolvido em gastos militares globais”, afirmou Sam Perlo-Freeman, do instituto de Estocolmo, à Fundação Thomson Reuters.
Ranking de gastos militares em 2015
- EUA: US$ 596 bilhões
- China: US$ 215 bi
- Arábia Saudita: US$ 87,2 bi
- Rússia: US$ 66,4 bi
- Reino Unido: US$ 55,5 bi
- Índia: US$ 51,3 bi
- França: US$ 50,9 bi
- Japão: US$ 40,9 bi
- Alemanha: US$ 39,4 bi
- Coreia do Sul: US$ 36,4 bi
- Brasil: US$ 24,6 bi
- Itália: US$ 23,8 bi
- Austrália: US$ 23,6 bi
- Emirados Árabes Unidos: US$ 22,8 bi
- Israel: US$ 16,1 bi
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