Em 1º comício ao lado de Hillary, Obama ataca Trump: "Nem os republicanos o entendem"
O presidente dos EUA, Barack Obama, entrou oficialmente na campanha democrata pela Casa Branca ao participar, pela primeira vez, de um comício da candidata Hillary Clinton, nesta terça-feira (5). "Eu sei que ela pode assumir o cargo, e é por isso que apoio a candidatura de Hillary", disse Obama durante evento em Charlotte, Carolina do Norte.
Rivais nas primárias democratas de 2008, Obama e Hillary trocaram elogios em seus discursos. O presidente foi enfático ao promover o trabalho de Hillary como sua secretária de Estado em seu primeiro mandato, reforçando as credenciais dela no comando da diplomacia americana, enquanto a ex-primeira-dama ressaltou as conquistas dos oito anos de Obama na Casa Branca e atacou o rival republicano na disputa deste ano, Donald Trump.
"Nunca existiu qualquer homem ou mulher mais qualificado para este cargo do que Hillary Clinton. É essa a verdade", disse Obama, que também relembrou a disputa nas primárias de 2008, citando a admiração que passou a sentir por ela durante a disputa pela nomeação. "Estou aqui porque acredito em Hillary Clinton. Quero ajudar a elegê-la como presidente dos Estados Unidos".
Ataques a Trump
Boa parte do discurso de Obama se concentrou nos ataques a Trump, tanto em forma de crítica quanto em forma de provocações."Qualquer um pode tuitar, mas ninguém na verdade sabe o que é assumir o cargo até que efetivamente sente a mesa", disse Obama, em alusão às publicações do republicano nas redes sociais. Em outro momento, alfinetou o candidato citando a divisão dos partidários do Trump em relação à nomeação do milionário. "Nem mesmo os republicanos entendem o que ele diz. Vocês podem perguntar a eles", comentou.
"Sei que o outro cara fala sobre tornar a América grandiosa novamente. Mas a América é grandiosa", disse Obama. "Uma série de conversas duras não substituem o trabalho da diplomacia".
Segundo Obama, a disputa de 2016 representa "a escolha entre nos prender a um passado imaginário ou chegar ao futuro"."Se você está preocupado sobre quem irá cuidar das famílias trabalhadoras, o outro lado não tem nada para oferecer. Então está não é uma opção. Eu não me importo se você é negro, branco, hispânico ou americano nativo. Se você está votando no outro time, não é por causa da economia".
Para Obama, apoiar Hillary é uma garantia de manter o legado de sua gestão, já que o fim de muitos de seus programas é prometido pela campanha republicana.
O endosso do presidente também foi oficializado no mesmo dia em que o FBI recomendou que a democrata não seja indiciada judicialmente por ter enviado e-mails governamentais a partir de um servidor privado, apesar de concluir no inquérito que ela demonstrou "extrema negligência".
Hillary é a candidata democrata às eleições presidenciais de 8 de novembro, mas sua campanha tem sido prejudicada pelo caso do servidor privado que utilizou para fins profissionais quando chefiava o Departamento de Estado (2009-2013). No sábado, ela prestou esclarecimentos aos investigadores do FBI.
A primeira participação de Obama em campanha com a ex-primeira-dama fecha uma espécie de ciclo de uma relação que começou cordialmente quando ambos eram colegas no Senado, ficou tensa durante a corrida presidencial de 2008 e se estreitou durante o governo de Obama, no qual ela atuou como sua principal diplomata.
O foco de Obama na força do caráter de Hillary tem por objetivo angariar o apoio dos eleitores que não a consideram confiável, uma fraqueza que o provável candidato presidencial republicano Donald Trump tem procurado explorar. Hillary também precisa de Obama para atrair o eleitorado jovem e de inclinação esquerdista que apoiou Sanders e representou parte da coalizão de eleitores do presidente em 2008 e 2012.
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