Após ataque no Texas, EUA têm violência contra policiais em mais três Estados
Em meio à tensão racial que atinge os Estados Unidos, autoridades americanas disseram nesta sexta-feira (7) que policiais foram alvo de agressões e ataques nos Estados de Tennessee, Geórgia e Missouri após a morte de dois homens negros vítimas de violência policial nesta semana.
Em Dallas, no Texas, palco do ataque contra policiais em um protesto, a polícia confirmou ter encontrado explosivos, artefatos para a fabricação de bombas e armamentos na casa de Micah Xavier Johnson, autor dos tiros que mataram cinco policiais na manifestação. Foram achados ainda coletes à prova de balas, munição e um diário sobre táticas de combate.
Segundo o jornal americano "The Washington Post", policiais em todo o país receberam orientações para não andarem sozinhos durante as patrulhas.
Na Geórgia, um homem chamou os serviços de emergência pelo telefone (911) para reportar uma invasão. O telefonema era uma emboscada para o oficial direcionado para a ocorrência. Houve troca de tiros entre o oficial e o suspeito e ambos ficaram feridos.
Em St. Louis, no Missouri, um motorista atirou em um policial que retornava para a sua viatura depois de aplicar uma multa. O autor dos disparos deixou o carro, atirou e fugiu. O policial está hospitalizado em estado grave.
No Tennessee, um homem foi acusado de abrir fogo indiscriminadamente contra um hotel, carros e policiais que passavam em uma avenida. Segundo investigadores, ele estava revoltado com a violência contra negros. Uma mulher morreu.
Nesta sexta, autoridades americanas disseram acreditar que Johnson era o único atirador no ataque em Dallas. Segundo a Casa Branca, investigadores determinaram que o atirador não tinha ligação com organizações terroristas.
O mais recente episódio de violência armada nos Estados Unidos ocorreu no final de uma marcha em protesto contra incidentes da semana. Centenas de pessoas marchavam pelas ruas de cidades em todo o país para denunciar as recentes mortes de dois americanos negros mortos a tiros pela polícia em Minnesota e Louisiana.
O protesto em Dallas foi interrompido por rajadas de metralhadoras contra os policiais. Cinco deles morreram, e outros sete policiais e dois civis ficaram feridos na emboscada.
A polícia matou o atirador usando um robô-bomba, depois de um impasse de horas de duração.
Veterano de guerra
Johnson era um reservista negro do Exército dos Estados Unidos que serviu na guerra do Afeganistão.
O Exército dos EUA informou que Johnson serviu como soldado de primeira classe da Reserva do Exército, para aqueles que trabalham meio período, e foi enviado ao Afeganistão de novembro de 2013 a julho de 2014. Ainda segundo os militares, ele serviu de março de 2009 a abril de 2015 e era um especialista em carpintaria e alvenaria na 420ª Brigada de Engenharia baseada no Texas. Ele alcançou o posto de soldado de primeira classe em maio de 2010.
Durante longas negociações com a polícia, o atirador disse "o fim está próximo". "Ele disse que estava chateado com o Black Lives Matter", afirmou o chefe de polícia de Dallas, David Brown, que é negro, em referência ao movimento contra o uso excessivo de força pelas forças policiais contra pessoas negras. "O suspeito disse que estava chateado com pessoas brancas. O suspeito afirmou que ele queria matar os brancos, especialmente os policiais brancos."
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