Topo

Trump é oficializado candidato republicano à presidência dos EUA

Burro e elefante: os símbolos dos principais partidos políticos americanos

AFP

Do UOL, em São Paulo

19/07/2016 20h12Atualizada em 20/07/2016 09h29

O Partido Republicano oficializou nesta terça-feira (19) a candidatura do magnata Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Ele atingiu o número mínimo de delegados para assegurar a nomeação durante a convenção do partido.

Apesar de delegados opositores terem tentado a aprovação do voto livre na convenção, foi decidido que os representantes republicanos teriam de votar conforme o resultado das eleições primárias, que tiveram Trump como vencedor na maioria dos Estados.

Os últimos votos que garantiram a nomeação de Trump foram anunciados pelo filho dele, Donald Trump Jr, que declarou os delegados do Estado de Nova York, de Trump. O bilionário precisava de 1.237 delegados, e alcançou 1.725 dos 2.472 delegados.

Uma versão instrumental do clássico "New York, New York" tomou conta do local, após o anúncio, ao mesmo tempo em que delegados se moviam ao som da música e festejavam.

Trump agradeceu a nomeação em um vídeo exibido aos participantes da convenção. "É algo que eu nunca esquecerei. Este é um movimento, mas nós temos o caminho todo pela frente. Estou tão orgulhoso de ser o nomeado! Espero compartilhar meus pensamentos na quinta-feira", disse Trump na mensagem. Ele deve aceitar a indicação no último dia da convenção, na quinta.

"Melania e eu tivemos um grande momento na noite passada, uma noite inacreditável", disse Trump, contradizendo os relatos de que o casal teria ficado irritado com as denúncias de plágio do discurso da mulher de Trump feitas pela imprensa.

O governador de Indiana, Mike Pence, escolhido por Trump como candidato à vice-presidência, foi nomeado por aclamação pelos participantes da convenção.

Em clima de festa

A candidatura do bilionário foi anunciada no palco pelo senador Jeff Sessions, um apoiador antigo de Trump, que o chamou de "guerreiro e vencedor".

Sob o comando do presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan, a votação nominal começou com o Estado de Alabama.

Apesar das ameaças de mais um dia caótico, o senador Mike Lee, republicano contrário a Trump, declarou que os esforços de alguns delegados para bloquear a nomeação tinham fracassado.

Trump enfrentou a resistência de importantes líderes e doadores republicanos. Entre os representantes que se recusaram a participar da convenção está a família Bush, o ex-candidato presidencial e senador John McCain, o ex-candidato presidencial Mitt Romney e os rivais de Trump na disputa pela nomeação, o senador Marco Rubio e o governador de Ohio, John Kasich.

O próprio presidente da Câmara, o republicano de mais alto cargo eletivo em exercício na atualidade, disse durante a campanha que não estava pronto para apoiar Trump --mas declarou o seu apoio.

O evento, um verdadeiro show político, acontece em Cleveland (Ohio), uma cidade de 400 mil habitantes que está com segurança reforçada à espera de inúmeras manifestações anti e pró Trump. 

19.jul.2016 - Donald Trump Jr., Ivana, Eric e Tiffany comemoram a oficialização do pai como candidato do Partido Republicano - Carolyn Kaster/AP - Carolyn Kaster/AP
19.jul.2016 - Donald Trump Jr., Ivana, Eric e Tiffany comemoram a oficialização do pai como candidato do Partido Republicano
Imagem: Carolyn Kaster/AP

Discurso plagiado?

A oficialização de Trump ocorre também após a surpreendente aparição feita pelo magnata no primeiro dia da convenção, onde ele apresentou sua mulher, Melania, como "a próxima primeira-dama dos EUA".

A terceira mulher do multimilionário, uma ex-modelo eslovena naturalizada americana, deu um discurso no qual destacou as virtudes de seu marido para ser presidente e lembrou suas origens como imigrante.

No entanto, o discurso criou polêmica depois que vários veículos de imprensa dos EUA detectaram semelhanças com uma fala feita por Michelle Obama em 2008, durante a convenção que designou Barack Obama para concorrer à presidência pelo Partido Democrata. 

A campanha de Trump tem sido marcada por frequentes polêmicas por conta da sua retórica contra muçulmanos, hispânicos, imigração ilegal e comércio, alarmando muitos na liderança republicana.

Assessores de Trump negam plágio de mulher de republicano

AFP