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Pesquisas apontam que Hillary venceu Trump no segundo debate presidencial

O candidato republicano Donald Trump e a democrata Hillary Clinton (à direita, de costas) participam do segundo debate presidencial nos EUA - Saul Loeb/ AFP
O candidato republicano Donald Trump e a democrata Hillary Clinton (à direita, de costas) participam do segundo debate presidencial nos EUA Imagem: Saul Loeb/ AFP

Do UOL, em São Paulo

10/10/2016 10h13

Duas pesquisas apontaram a candidata democrata HIllary Clinton como vencedora do debate contra o republicano Donald Trump no domingo (9), embora com uma diferença menor que no debate de duas semanas atrás.

Uma pesquisa da CNN/ORC mostrou que 57% dos telespectadores disseram que Hillary venceu o debate, contra 34% que consideraram que Trump se saiu melhor. Na pesquisa da CNN/ORC após o primeiro debate, 62% dos telespectadores apontaram Hillary como vencedora.

Uma medição do YouGov mostrou diferenças mais apertadas: 47% dos eleitores registrados que viram o debate disseram que Hillary ganhou o duelo, contra 42% que deram a vitória a Trump.

A democrata chegou ao duelo com uma leve vantagem nas pesquisas, enquanto o magnata compareceu ao evento duramente afetado por seus comentários machistas e vulgares contra as mulheres e abandonado por boa parte da liderança do Partido Republicano.

Após um agressivo segundo debate contra Trump, Hillary Clinton parecia ganhar força nesta segunda-feira (10) na corrida presidencial, a menos de um mês das eleições de 8 de novembro nos Estados Unidos.

"Ela lidera as pesquisas e provavelmente não sofreu nenhum dano esta noite", disse Steven Smith, professor de ciência política na Universidade de Washington.

"Não vi o suficiente nesta noite para que ocorra uma guinada na campanha de Trump", disse Dante Scala, professor de ciência política na Universidade de New Hampshire. "Sua esperança é que ocorram mais surpresas em outubro, e que não o envolvam", acrescentou.

 

Críticas a Trump por ameaçar Hillary

O candidato republicano Donald Trump recebeu críticas por ameaçar enviar sua rival, Hillary Clinton, à prisão se for eleito presidente dos Estados Unidos.

A ameaça foi feita durante um momento do debate dedicado ao fato de Hillary Clinton ter utilizado um servidor privado de e-mails quando ocupava o cargo de secretária de Estado.

O tema, explorado há vários meses pelos republicanos, tem sido um grande peso para a campanha de Clinton. No domingo, Trump tentou ao máximo tirar partido desta questão no debate.

O magnata prometeu nomear um promotor especial se for eleito presidente para realizar uma investigação contra a adversária democrata.

"Se vencer, vou dar instruções a meu secretário de Justiça para que nomeie um promotor especial para que investigue a sua situação, porque nunca existiu tanta mentira e tantas coisas escondidas sobre a questão dos e-mails", afirmou Trump.

Após uma investigação, o FBI recomendou há algumas semanas o arquivamento do caso.

"É muito bom que alguém com o temperamento de Donald Trump não fique responsável pela lei neste país", afirmou Clinton, ao que Trump contra-atacou: "Porque você estaria na prisão".

A ameaça rendeu a Trump uma série de críticas dos democratas, mas também de alguns republicanos.

"Os candidatos vencedores não ameaçam enviar para a prisão seus oponentes", escreveu o ex-porta-voz do presidente George W. Bush, Ari Fleischer, no Twitter.

"Um presidente não ameaça um particular com perseguição judicial. Trump se equivoca nisto", completou.

David Frum, também ligado ao presidente Bush, se uniu às críticas. "Quem aceitaria ser o secretário de Justiça de um presidente que pensa que pode influenciar as investigações contra seus adversários políticos?", disse.

Do lado democrata, o ex-secretário de Justiça Eric Holder acusou no Twitter o candidato Trump de ser "perigoso/não apto".

O prêmio Nobel da Economia e colunista do New York Times, Paul Krugman, se uniu à onda de indignação: "Vamos ser claros. Um candidato a presidente prometeu colocar sua oponente na prisão se ele vencer. Todo o restante é secundário". (Com as agências internacionais)