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Indonésia que matou amiga por considerá-la feliz é condenada a 20 anos de prisão

Jessica Wongso chega ao tribunal em Jacarta, Indonésia - Tatan Syuflana/ AP
Jessica Wongso chega ao tribunal em Jacarta, Indonésia Imagem: Tatan Syuflana/ AP

Do UOL, em São Paulo

27/10/2016 13h26

A mulher indonésia que assassinou a amiga com cianureto no café porque a considerava uma pessoa feliz foi condenada nesta quinta-feira (27) a 20 anos de prisão.

Residente na Austrália, Jessica Wongso, de 28 anos, envenenou em 6 de janeiro de 2016 sua compatriota Wayan Mirna, de 27 anos, em uma cafeteria de Jacarta.

O magistrado Kisworo, que presidia o painel de três juízes nos julgamentos de Jacarta, considerou provado que a acusada cometeu assassinato premeditado de uma forma "vil" e "sádica", segundo o jornal local "Jakarta Globe".

O juiz Binsar Gultom afirmou que Wongso tinha problemas pessoais, trabalhistas e sociais, e quando se reuniu com Mirna em dezembro de 2015 e a viu tão feliz casada, pensou em assassiná-la.

Wongso não demonstrou emoção ao ouvir o veredicto com sua sentença, segundo o jornal britânico "The Guardian".

"Não aceito essa decisão porque, para mim, ela não é justa e imparcial", disse Wongso, após o anúncio. 

Dois especialistas forenses australianos consultados durante o julgamento pela defesa argumentaram que não foi possível concluir que Mirna havia morrido em decorrência do envenenamento uma vez que uma autópsia não havia sido realizada por motivos religiosos.

Um desses especialistas, Michael Robertson, afirmou que apenas uma pequena quantidade de cianureto havia sido encontrado no estômago de Mirna e que a morte pode ter ocorrido devido a outros fatores. 

Mas os juízes rejeitaram essas afirmações, concluindo que quase 300mg de cianureto entraram no corpo de Mirna -- cerca de 120mg já é uma dose letal para humanos.

Além disso, eles concluíram que Wongso era a única pessoa no local naquele dia e naquela hora com motivo para matar Mirna.

O advogado de Wongso, Otto Hasibuan, anunciou na saída da sala que recorrerá da sentença. (Com agências internacionais)