Irmão de Kim Jong-un foi morto na Malásia, diz agência sul-coreana
O meio-irmão do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, foi assassinado na Malásia, disse nesta terça-feira (14) a agência de notícias sul-coreana Yonhap. Um funcionário do governo malaio também afirmou que Kim Jong-nam foi morto.
As autoridades de Seul não fizeram comentários oficiais sobre a informação. Se confirmada, a morte de Kim Jong-nam será a de um membro mais próximo de Kim Jong-un desde a execução do tio do líder, Jang Song-Thaek, em dezembro de 2013.
Kim Jong-nam, de 45 anos, teria sido envenenado por duas agentes não identificadas que utilizaram agulhas envenenadas em um aeroporto de Kuala Lumpur, segundo a emissora sul-coreana TV Chosun.
Segundo a fonte do governo malaio, que não quis se identificar porque o caso envolve questões diplomáticas, Kim Jong-nam estava na área das lojas do aeroporto quando foi atingido por um líquido e então pediu socorro em um balcão de informações, reclamando de dor.
De acordo com a Yonhap, que cita múltiplas fontes governamentais, as duas mulheres fugiram logo depois.
Uma fonte citada pela Yonhap disse que agentes da agência de espionagem da Coreia do Norte, o Escritório Geral de Reconhecimento, realizaram o assassinato se aproveitando de um vácuo de segurança entre os guarda-costas de Jong-nam e a polícia malaia no aeroporto.
Na Malásia, o responsável da polícia no Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur, Abdul Aziz Ali, disse à agência de notícias AFP que um homem foi descoberto doente no aeroporto. Ele morreu a caminho do hospital, segundo a autoridade do aeroporto.
As causas da morte ainda estão sendo investigadas.
Jong-nam já foi considerado um possível sucessor do ditador Kim Jong-il, morto em 2011. No entanto, ele caiu em desgraça em 2001 após tentar entrar no Japão com um passaporte falso, supostamente com a intenção de visitar a Disney de Tóquio.
Kim Jong-un assumiu o poder como líder norte-coreano após a morte de seu pai, em dezembro de 2011.
Fruto da relação entre Kim Jong-il e a atriz Song Hye-rim, Kim Jong-nam emigrou à China em 1995 e vivia desde então entre Pequim e Macau amparado pelo governo chinês e focado em investimentos.
Kim Jong-nam, conhecido como um defensor da reforma na Coreia do Norte, disse certa vez a um jornal japonês que se opunha às transferências dinásticas de poder que ocorrem em seu país.
Durante os últimos anos, os veículos de imprensa sul-coreanos especularam sobre supostas tentativas do regime de assassinar o primogênito de Kim Jong-il, e em 2012 informaram sobre a detenção de um suposto espião norte-coreano que teria confessado ter ordens para assassinar Kim Jong-nam na China.
Em 2014, foi informado que Jong-nam estava na Indonésia -- foi visto em um restaurante italiano administrado por um empresário japonês em Jacarta -- e aparentemente estava vivendo entre Cingapura, Indonésia, Malásia e França.
Em 2012, um jornal de Moscou relatou que Jong-nam estava tendo problemas financeiros depois de ter sido desvinculado do Estado norte-coreano por ter criticado sua política de sucessão.
O semanário Argumenty i Fakty informou que foi expulso de um hotel de luxo em Macau por uma dívida de US$ 15.000.
No ano passado, a Coreia do Sul alertou sobre possíveis tentativas de assassinato norte-coreanas em seu território. Lembrou tentativas anteriores de assassinar Hwang Jang-Yop, ideólogo-chefe do Norte e antigo tutor de Kim Jong-Il, que desertou para o Sul em 1997 e morreu de causas naturais em 2010. (Com as agências de notícias)
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