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Em pronunciamento na TV, presidente do Paraguai se diz indignado com violência

O presidente do Paraguai, Horacio Cartes, faz pronunciamento na TV - Reprodução
O presidente do Paraguai, Horacio Cartes, faz pronunciamento na TV Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

01/04/2017 22h28

O presidente do Paraguai, Horacio Cortes, fez um pronunciamento transmitido pela TV na noite deste sábado (1º), depois que um protesto contra uma emenda constitucional que permitiria sua reeleição terminou com o Congresso do país incendiado e uma pessoa morta.

"Sinto muito os fatos no Congresso. Me dói que civis e policiais sofram lesões, e se submeto a uma autocrítica porque os políticos não pudemos, até agora, dirimir nossas diferenças com o diálogo e a paz", afirmou o presidente. 

"Me produz muita indignação que se apele à violência para fazer oposição ou para tentar atacar um presidente constitucional eleito pelo povo soberano", disse Cartes, acrescentando que "República nos dá a bonita oportunidade de eleger nossos representantes mediante o exercício de eleições democráticas".

Cartes prometeu ainda punição aos responsáveis pela morte do jovem oposicionista Rodrigo Quintana, 25, do Partido Liberal -- morto pela polícia durante uma invasão dos policiais à sede do partido em Assunção na noite de sexta-feira.

Neste sábado, quatro policiais foram detidos por suposta relação com a morte de Quintana.

Além disso, o ministro do Interior e o comandante da Polícia Nacional foram destituídos do cargo. 

"Amanhã é domingo, dia da família. Vamos aproveitar esse momento para refletir sobre o valor da paz e da harmonia entre os compatriotas", afirmou Cartes ao concluir o discurso. 

Impeachment

O Partido Liberal, o maior da oposição, anunciou neste sábado (1º) que seus deputados tentarão levar adiante o impeachment de Cartes, pelos violentos incidentes que provocaram o incêndio de parte do Congresso e a morte de Quintana.

Em entrevista coletiva, o presidente do partido, Efraín Alegre, não deu prazos para realizar essa iniciativa, que também é apoiada por outras organizações contrárias à emenda constitucional para habilitar a reeleição presidencial, proibida pela Constituição. (Com agências internacionais)