Coreia do Norte lança míssil dias após EUA iniciarem instalação de antimísseis na Coreia do Sul
A Coreia do Norte fez um novo lançamento de míssil na noite desta sexta-feira (28, hora de Brasília), afirma o Exército sul-coreano. O lançamento, que teria fracassado segundo as mesmas fontes militares, ocorre dias depois de os EUA iniciarem a instalação de um sistema de defesa antimísseis na Coreia do Sul.
O tipo de míssil e a trajetória não foram identificados pelos militares sul-coreanos. Autoridades americanas e sul-coreanas disseram que o míssil explodiu no ar. Antes, americanos chegaram a afirmar que o projétil teria caído no mar.
"O Comando do Pacífico dos Estados Unidos detectou o que avaliamos que foi o lançamento de um míssil norte-coreano, às 10H33 (hora do Havaí). O lançamento do míssil balístico aconteceu perto do campo de aviação de Pukchang", disse o porta-voz do Comando do Pacífico do Exército dos Estados Unidos (Pacom), comandante Dave Benham, em uma declaração. "O míssil não saiu do território da Coreia do Norte", acrescentou.
As forças americanas iniciaram na quarta-feira a entrega e montagem dos primeiros equipamentos do escudo antimísseis THAAD. O sistema foi projetado para interceptar e destruir os mísseis balísticos de curto e médio alcance durante a fase final de voo.
O presidente americano, Donald Trump, qualificou no Twitter de "falta de respeito aos desejos da China e de seu altamente respeitado presidente o lançamento, sem sucesso, de um míssil hoje".
O Ministério sul-coreano da Defesa quer colocar o THAAD em operação "o mais rápido possível", e planeja a instalação completa até o fim do ano.
A China se opõe abertamente à instalação do escudo porque considera que representa um fator de instabilidade regional e uma ameaça para suas próprias capacidades balísticas.
EUA defendem sanções
Em meio à tensão crescente entre o Ocidente e a Coreia do Norte, o Conselho de Segurança se reuniu nesta sexta para discutir a imposições de sanções contra o país que continua a desenvolver seu programa nuclear e balístico, numa clara violação das resoluções da ONU.
Na reunião presidida pelo secretário de Estado americano, Rex Tillerson, os Estados Unidos pleitearam mais sanções econômicas e diplomáticas contra a Coreia do Norte, com o objetivo de aumentar a pressão sobre o país asiático para que ele abandone seus programas nucleares e de mísseis.
"Dada a crescente ameaça, chegou o momento de que todos façamos nova pressão sobre a Coreia do Norte", disse Tillerson, defendendo que os países suspendam ou reduzam suas relações diplomáticas com Pyongyang e aumentem seu "isolamento financeiro" com novas sanções, incluindo mais restrições comerciais.
Nesse sentido, o secretário americano lembrou a especial responsabilidade que da China, que representa 90% do comércio norte-coreano. Tillerson pediu à comunidade internacional que suspenda o fluxo de trabalhadores norte-coreanos ao exterior e proíba ao país certas importações, especialmente de carvão.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou preocupação com o risco de uma escalada militar da situação na Península da Coreia como resultado dos testes de mísseis balísticos e nucleares realizados por Pyongyang. "Imploramos para que a Coreia do Norte pare com os testes imediatamente", afirmou Guterres, pedindo ainda que a comunidade internacional haja para prevenir conflitos. (Com agências internacionais)
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