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Chelsea Manning, que vazou dados para o WikiLeaks, será solta semana que vem

Arquivo/Exército dos EUA
Imagem: Arquivo/Exército dos EUA

Do UOL, em São Paulo

09/05/2017 16h30Atualizada em 09/05/2017 16h41

Chelsea Manning, a analista de inteligência do Exército condenada pelo vazamento de dados para o site WikiLeaks, será libertada da prisão semana que vem, afirmaram seus advogados nesta terça-feira (9).

Manning havia sido sentenciada a 35 anos de prisão em isolamento após ter sido condenada em 2013 pelo roubo de documentos confidenciais. Mas em janeiro, o então presidente Barack Obama comutou sua sentença, permitindo que ela fosse solta em 17 de maio. 

Expressando alívio por sua próxima libertação, Manning afirmou no Twitter: "Liberdade era apenas um sonho difícil de imaginar. Agora está aqui! Vocês me mantiveram viva <3".

 

"Pela primeira vez, vejo um futuro para mim como Chelsea. Posso me ver sobrevivendo e vivendo com a pessoa que sou e posso finalmente estar no mundo lá fora", afirmou Manning em nota. 

Os advogados de Manning não informaram a data exata da libertação. A sentença de prisão expira no próximo dia 17. 

"A pena de Chelsea foi muito longa, muito severa e draconiana", afirmou em nota os advogados Nancy Hollander e Vincent Ward. "A comutação de pena feita pelo presidente Obama foi a primeira vez que o Exército tomou conta desse soldado que arriscou tanto para divulgar informações que serviam ao interesse público."

Em novembro do ano passado, a militar transexual, conhecida anteriormente com o nome de Bradley Manning, havia pedido que Obama reduzisse sua pena antes de deixar o cargo. Ela deixou claro que não estaria pedindo pelo perdão do presidente, e sim pela redução da pena.

A soldado já tentou se suicidar em duas ocasiões e fez greve de fome em setembro na prisão de Fort Leavenworth, situada no Kansas (centro), com o objetivo de receber atenção necessária para sua mudança de sexo.

Considerada uma heroína por um setor da sociedade por ter revelado práticas do governo nas guerras do Iraque e Afeganistão, a Justiça a denunciou por traição ao considerar que colocou o país e seus companheiros de farda em perigo.

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, disse que aceitaria ser extraditado para os Estados Unidos se Obama concedesse o indulto para Manning. No Twitter do Wikileaks, Assange agradeceu pela campanha para a soltura de Manning, dizendo que a "coragem tornou o impossível possível". Mas ele não disse nada sobre a extradição.

Assange vive na embaixada do Equador em Londres desde junho de 2012 para evitar a extradição para a Suécia, onde é acusado de agressão sexual. O australiano afirma temer que Estocolmo o extradite para os Estados Unidos por conta da divulgação dos documentos confidenciais fornecidos por Manning.