"Guerra pelo que é correto está só começando", diz Assange após fim de inquérito
Em discurso nesta sexta-feira (19), na sacada da embaixada do Equador em Londres, o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, declarou que a sua batalha legal contra os EUA e o Reino Unido não está acabada.
Assange se pronunciou horas depois de o Ministério Público da Suécia ter suspendido a investigação por um suposto estupro de que ele era acusado de ter cometido e afirmou que "hoje é uma vitória para ele e para a Declaração Universal dos Direitos Humanos". Porém reconheceu que "a batalha legal não está acabada" e que "a guerra pelo que é correto está só começando".
"O Reino Unido assegurou que me deterá de toda forma, e os Estados Unidos, a CIA e a Promotoria Geral americana deixaram claro que tanto eu como outros membros do WikiLeaks não temos direitos e que nossa detenção é uma prioridade", disse Assange.
Julian Assange criticou os britânicos por terem afirmado que são obrigados a lhe prender caso ele deixe a embaixada para responder uma acusação de não ter comparecido a uma audiência à Corte do Reino Unido cinco anos atrás.
"A alegação de que o Reino Unido tem o direito de me prender por pedir asilo num caso em que não houve acusação é simplesmente insustentável", disse.
O australiano não citou nenhuma possibilidade de deixar a embaixada do Equador, mas sinalizou que está buscando meios para resolver a sua situação.
"Os meus advogados entraram em contato com as autoridades do Reino Unido e nós esperamos começar um diálogo sobre qual é o melhor caminho a ser seguido".
Mais cedo, Assange afirmou nas redes sociais nesta sexta-feira que "não esquece e não perdoa" ter sido privado de liberdade durante sete anos, incluindo cinco na embaixada do Equador em Londres, após o arquivamento pela justiça sueca de uma investigação sobre estupro.
"Detido durante sete anos sem acusações enquanto meus filhos cresciam e meu nome era jogado na lama. Eu não perdoo e não esqueço", escreveu no Twitter.
O jornalista, escritor e ciberativista buscou ajuda na embaixada do Equador para escapar de uma extradição à Suécia depois de esgotar todos os recursos judiciais no Reino Unido.
Em novembro do ano passado, após uma série de complicações no processo, Assange finalmente foi interrogado na embaixada de Londres por um promotor equatoriano na presença de magistrados suecos.
Ele reiterou na ocasião que era inocente e que as relações sexuais com a denunciante em Estocolmo foram consensuais.
Após o discurso de pouco mais de dez minutos desta sexta-feira, Assange agradeceu as pessoas que o apoiam e o governo do Equador por lhe garantir asilo político apesar da intensa pressão e citou o caso da soldado Chelsea Manning, que foi solta esta semana.
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