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Assange tem inquérito sobre estupro suspenso, mas ainda pode ser preso no Reino Unido

Julian Assange na sacada da embaixada do Equador em Londres, em foto de arquivo - Peter Nicholls/Reuters
Julian Assange na sacada da embaixada do Equador em Londres, em foto de arquivo Imagem: Peter Nicholls/Reuters

Do UOL, em São Paulo

19/05/2017 06h20Atualizada em 19/05/2017 11h57

O Ministério Púbico da Suécia informou nesta sexta-feira (19) que decidiu suspender a investigação por um suposto estupro de que era acusado o fundador do WikiLeaks, Julian Assange. A decisão partiu da promotora Marianne Ny, que apresentou pedido ao Tribunal Distrital de Estocolmo para revogar o mandado de prisão que estava válido para todos os países da União Europeia. Assange vive na embaixada do Equador em Londres desde 2012.

O caso, no entanto, pode ser reaberto se Assange retornar à Suécia antes de 2020, quando o prazo para a conclusão do inquérito prescrever.

Após o anúncio, os promotores suecos explicaram, em entrevista, que a legislação da Suécia exige que uma investigação criminal "seja conduzida o mais rápido possível". "Um promotor é obrigado a descontinuar a investigação se todas as possibilidades forem esgotadas. Para que o caso siga, Julian Assange precisa ser notificado formalmente sobre as suspeitas criminais que o envolvem. Não esperamos colaboração do Equador nessa questão", afirma a Promotoria.

A polícia britânica afirmou que ainda é obrigada a prender o ciberativista se ele deixar a embaixada para responder uma acusação menor de não ter comparecido a uma audiência à Corte do Reino Unido cinco anos atrás. Segundo a polícia, a prisão será "proporcional" à seriedade da ofensa.

O ex-hacker também teme que o Reino Unido o extradite para os Estados Unidos em virtude do vazamento de centenas de milhares de documentos militares e diplomáticos secretos do governo norte-americano, por meio do WikiLeaks. O governo britânico não confirmou ou negou a existência desse pedido de extradição.

De qualquer forma, a decisão é positiva para o australiano, que sempre negou as acusações de estupro apresentadas contra ele por uma sueca em agosto de 2010. Logo depois do comunicado, Assange postou uma foto sorridente em seu perfil no Twitter.

Assange também, afirmou nesta sexta-feira que "não esquece e não perdoa" ter sido privado de liberdade durante sete anos, incluindo cinco na embaixada do Equador em Londres, após o arquivamento pela justiça sueca de uma investigação sobre estupro.

"Detido durante sete anos sem acusações enquanto meus filhos cresciam e meu nome era jogado na lama. Eu não perdoo e não esqueço", escreveu no Twitter.

O jornalista, escritor e ciberativista buscou ajuda na embaixada do Equador para escapar de uma extradição à Suécia depois de esgotar todos os recursos judiciais no Reino Unido.

Em novembro do ano passado, após uma série de complicações no processo, Assange finalmente foi interrogado na embaixada de Londres por um promotor equatoriano na presença de magistrados suecos.

Ele reiterou na ocasião que era inocente e que as relações sexuais com a denunciante em Estocolmo foram consensuais.

(Com informações da agência AFP)