Atropelamento em Londres deixa 1 morto e 10 feridos; polícia fala em ataque terrorista
Um homem morreu e dez pessoas ficaram feridas ao serem atropelados por uma van na saída de uma mesquita em Finsbury Park, norte de Londres, pouco depois da meia-noite (hora local) de segunda-feira (19). O motorista, de 48 anos, foi preso.
Em pronunciamento pela manhã, um porta-voz da polícia londrina, Neil Basu, disse que o caso é tratado como ataque terrorista e que o motorista estava sozinho na van no momento do incidente. As investigações, no entanto, continuam, visando identificar outros possíveis envolvidos.
Basu disse ainda que todas as vítimas eram muçulmanas. Duas pessoas tiveram ferimentos leves e foram atendidas no local. Outras oito, com lesões mais graves, foram levadas para três hospitais.
Mais cedo, a primeira-ministra, Theresa May, já havia dito que o atropelamento era tratado como um "potencial ataque terrorista", acrescentando que iria presidir uma reunião de emergência, ainda nesta segunda-feira, para tratar da questão. "Todos os meus pensamentos estão com as vítimas, suas famílias e os serviços de emergência em cena."
O prefeito de Londres, Sadiq Khan, afirmou nas redes sociais tratar-se de um "ataque terrorista horrível" e pediu para que os londrinos permaneçam calmos e vigilantes. O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, disse estar "completamente chocado".
O incidente ocorreu na área de Finsbury Park, e policiais e serviços de segurança isolaram a área. As vítimas deixavam a mesquita após evento do mês do Ramadã. Segundo o Conselho de Muçulmanos, a organização representativa de muçulmanos britânicos, o incidente ocorreu na frente da mesquita.
Durante o Ramadã, muçulmanos praticantes visitam as mesquitas depois do Iftar, o término do jejum ao anoitecer. Uma oração é feita em torno de meia-noite. "Fomos informados de que uma caminhonete teria avançado contra fiéis quando eles deixavam a mesquita de Finsbury Park. Oremos pelas vítimas", tuitou o Conselho de Muçulmanos.
Testemunhas dizem que a multidão segurou o motorista responsável pelo atropelamento até que a polícia chegasse. Ele teria acelerado a van antes de atropelar a multidão. "Não foi um acidente. Eu vi tudo, As pessoas ficaram gravemente feridas. O motorista da van tentou escapar, mas as pessoas o seguraram. Ele não disse nada", afirmou Boubou Sougou, citado pelo jornal britânico "The Guardian".
"Nós vimos muitas pessoas gritando e muitas pessoas feridas", disse David Robinson, 41, que chegou logo após o acidente, à AFP. Um homem identificado como Saleh Alamoudi disse ao Buzzfeed que teria ouvido o motorista dizer "Vou matar todos os muçulmanos".
Um grande número de ambulâncias foi enviado para o local. A poucos metros dali, encontra-se uma unidade da Igreja Universal do Reino de Deus (UCKG, em inglês), do bispo Edir Macedo.
Uma usuária do Twitter, a brasileira Cynthia Vanzella, descreveu o que via no local após o ocorrido: "É horrível ver policiais fazendo massagem cardíaca nas pessoas no chão, desesperadamente tentando salvá-las".
A mesquita fica perto da Seven Sisters Road e já foi um centro conhecido por ter islamitas radicais, mas mudou completamente sob nova administração. Seu antigo imã, Abu Hamza, foi preso em Nova York, acusado de terrorismo em 2015. Ele pregou nessa mesquita de 1997 a 2003, antes de ser preso por incitar a violência. Mais tarde, ele foi extraditado para os Estados Unidos.
No dia 22 de março, Khalid Masood, um britânico de 52 anos convertido ao islã e conhecida da polícia, lançou seu veículo contra vários pedestres na ponte de Westminster, no centro de Londres, antes de assassinar um policial com uma faca em frente ao parlamento. Houve ao todo cinco mortos.
Em 22 de maio em Manchester, um atentado suicida, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico, deixou 22 mortos e uma centena de feridos na saída de um show da cantora americana Ariana Grande. O autor, Salman Abadi, era um britânico de 22 anos de origem libanesa.
Em 3 de junho, três agressores a bordo de uma van atropelaram várias pessoas na London Bridge e depois esfaquearam outras no Borough Market, antes de serem abatidos pela polícia. Oito pessoas morreram no ataque. (Com agências internacionais)
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