Trump ameaça impor sanções à Venezuela se Maduro insistir em Constituinte
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta segunda-feira (17) impor "fortes" sanções econômicas contra a Venezuela se o governo de Nicolás Maduro insistir nos planos de formar uma Assembleia Nacional Constituinte.
"Ontem [domingo], o povo venezuelano novamente deixou claro que eles apoiam a democracia, a liberdade e o estado de direito. Mas seus atos fortes e corajosos continuam a ser ignorados por um mau líder que sonha em ser um ditador", afirmou a nota de Trump divulgada pela Casa Branca.
"Os EUA não ficarão quietos enquanto a Venezuela desmorona. Se o regime de Maduro impulsionar sua Assembleia Constituinte no dia 30 de julho, os EUA tomarão fortes e rápidas ações econômicas", afirmou ainda.
"Os EUA novamente pedem eleições livres e justas e ficam firmes ao lado do povo da Venezuela em sua busca por devolver seu país a uma democracia total e próspera", finalizou o texto.
Os resultados do plebiscito realizado pela oposição neste domingo (16) na Venezuela mostram que 98,4% rejeitam a formação da Assembleia Nacional Constituinte proposta pelo presidente, Nicolás Maduro, para mudar a Constituição.
A informação foi dada pelo reitor da Upel (Universidade Pedagógica Experimental Libertador), Raúl López, que faz parte da comissão organizadora da consulta pública, quando a apuração das urnas estava em 95%, totalizando 7.186.170 votos.
O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Julio Borges, disse ao final da votação que o fato de a oposição ter conseguido quase a totalidade dos votos recebidos no plebiscito deixa o presidente do país, Nicolás Maduro, praticamente "revogado".
"Com os votos do povo venezuelano, matematicamente, Nicolás Maduro está revogado no dia de hoje. Esse era o medo que se tinha do plebiscito revogatório e, por isso, se impediu. É por isso que o governo não quer fazer eleições nunca mais", disse Borges.
O Brasil pediu ao governo venezuelano que cancele a convocatória à Assembleia Constituinte.
As regras da Constituinte "violam o direito ao sufrágio universal e ao próprio princípio de soberania popular", afirmou a Chancelaria brasileira em um comunicado.
"O elevado nível de participação no plebiscito organizado ontem, dia 16, pela Assembleia Nacional foi mostra inequívoca da vontade do povo venezuelano de pronta restauração do estado democrático de direito no país", acrescentou o Itamaraty.
A Venezuela vive uma forte convulsão, com protestos que deixam 95 mortos desde 1º de abril, e uma das piores crises econômicas de sua história, que asfixia a população com uma severa escassez e inflação de três dígitos. (Com agências internacionais)
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