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Jacinto, o cão que espera pelo dono morto no terremoto que atingiu o México

Reprodução/Facebook EmbajadorAtizapán
Imagem: Reprodução/Facebook EmbajadorAtizapán

Do UOL, em São Paulo

28/09/2017 19h26

O cão Jacinto ainda espera pelo seu dono sobre os escombros do que um dia foi a casa de sua família. Foi neste local que o seu guardião, um homem de 97 anos, morreu durante o terremoto de 7.1 graus de magnitude que a região da Cidade do México.

Eles viviam em Atzitzihuacán, Puebla, perto do epicentro do tremor. Pouco antes do terremoto, Antonieta Pérez, 85, conhecida como Dona Toñita, saiu de casa para alimentar um dos animais que mantinha no quintal. Seu marido, Trinidad, 97, estava dentro de casa na hora do terremoto e não conseguiu sair antes do desmoronamento --ele morreu soterrado pelos escombros.

O cão Jacinto - Reprodução/Facebook EmbajadorAtizapán - Reprodução/Facebook EmbajadorAtizapán
Imagem: Reprodução/Facebook EmbajadorAtizapán

Enquanto trabalhavam no local, as equipes de resgate perceberam que Jacinto estava sempre deitado no mesmo lugar, ao lado da casa em que o casal vivia.

"Por mais que tentássemos tirá-lo do lugar para remover os escombros, ele voltava e deitava justamente no local em que o seu dono de 97 anos perdeu a vida. Esta é uma mostra gigante de amor e fidelidade de um cão e seu dono falecido. O amor que pode tudo, o amor que não se vangloria, transcende razões e explicações, vai além de entendimentos e, sobretudo, transcende a morte", disse Manuel Rivera Guzmán, que se identifica como Embajador Atizapán no Facebook, em um post na rede social. Ele é parte de um grupo que apoiou os trabalhos de apoio às vítimas.

A história de Jacinto vem sendo comparada na internet com a de outro cão famoso, Hachiko, da raça akita, que esperava pelo seu dono em uma estação de trem de Tóquio até mesmo depois da morte de seu guardião --hoje há uma estátua do cachorro no local.

Em declarações ao jornal mexicano "El Universal", Rivera explicou que Dona Toñita contou que Jacinto acompanhava o dono todos os dias no campo e ambos voltavam juntos para casa durante a tarde. Segundo ela, o cão não deixou o local em que o marido morreu desde o terremoto. "Ele está triste", disse a idosa, segundo o relato dele.

Mais de 340 pessoas morreram em quatro Estados mexicanos e na Cidade do México após o tremor da semana passada. Equipes de resgate ainda trabalham na remoção de escombros e na busca por desaparecidos --não há mais expectativa de encontrar sobreviventes.