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Assassino Charles Manson morre aos 83 anos

Charles Manson - AP - AP
Na foto de 1969, Manson é escoltado para ser ouvido sobre a morte de Sharon Tate
Imagem: AP

Do UOL, em São Paulo

20/11/2017 04h34

O assassino em série Charles Manson, um dos criminosos mais famosos do século 20 nos Estados Unidos, morreu aos 83 anos neste domingo (19) em Kern County, Califórnia, de causas naturais. Ele foi o líder de uma seita que assassinou pelo menos sete pessoas, sendo a mais famosa delas a atriz Sharon Tate, esposa do então já premiado diretor de cinema Roman Polanski

Ela morreu em 1969, grávida de oito meses, após ganhar um Globo de Ouro (prêmio norte-americano de cinema e televisão).

Seguindo ordens de Manson, membros da seita invadiram a casa da atriz e a mataram em posição fetal com 16 facadas. Outros quatro amigos e conhecidos que a visitavam também foram esfaqueados --um deles com 51 golpes.

"Destruam totalmente todas as pessoas dentro da casa, da forma mais horrível possível", teria ordenado o líder. Os assassinos usaram o sangue das vítimas para escrever mensagens nas paredes.

Uma de suas seguidoras, Susan Atkins admitiu em tribunal que outros assassinatos macabros haviam sido previstos pelo guru, incluindo os de estrelas como Frank Sinatra e Elizabeth Taylor.

Manson foi sentenciado a morrer na câmara de gás em 1971. A pena capital, porém, foi alterada para prisão perpétua depois que os tribunais declararam inconstitucional punir com a morte os reclusos no Estado da Califórnia.

Charles Manson - Montagem BOL / AFP Photo / Divulgação - Montagem BOL / AFP Photo / Divulgação
A atriz Sharon Tate (centro), esposa de Polanski (esq.), estava grávida de oito meses quando foi assassinada por membros de uma seita liderada por Charles Manson (dir.)
Imagem: Montagem BOL / AFP Photo / Divulgação

As mortes foram resultado de uma tese apocalíptica de Manson, que dizia acreditar que brancos e negros travariam uma disputa sem precedentes nos Estados Unidos.

Em suas pregações, ele dizia que o White Album (Álbum Branco), dos Beatles --e em especial a canção Helter Skelter--, seria uma espécie de quebra-cabeças com revelações codificadas sobre a iminência do confronto racial pelo poder nos EUA.

O objetivo de Manson era "acelerar" esta guerra racial, por meio de assassinatos falsamente associados a afro-americanos. Ele prometia proteção aos seguidores e dizia que se tornaria um messias ao fim da guerra.

Durante os assassinatos na casa de Tate, os seguidores da seita espalharam pistas falsas, numa tentativa de incriminar os Panteras Negras, icônico grupo que lutava contra o racismo e chamava atenção na época por todo país.

Na cadeia, Manson tatuou uma suástica na testa

Após sete anos preso, Manson foi declarado elegível para obter a liberdade condicional, mas seus pedidos foram repetidamente negados depois que autoridades concluíram que ele ainda era um preso muito perigoso.
Manson somava centenas de sanções por mau comportamento na prisão, onde também gravou uma tatuagem em forma de uma suástica na testa.

Nos últimos 20 anos, ele sempre se negou a comparecer às audiências para liberdade condicional e, em entrevista concedida à revista "Vanity Fair" em 2011, se descreveu como um homem "mesquinho, sujo, fugitivo e ruim", afirmando que foi condenado por "ser a vontade de Deus".

Datas da vida de Manson

- 12 de novembro de 1934: nasce em Cincinnati (Ohio, EUA)

- 1966: funda a "família", uma comunidade hippie

- 9 de agosto de 1969: membros de sua seita assassinam em Los Angeles a atriz Sharon Tate, esposa do cineasta Roman Polanski, que estava grávida de oito meses e meio

- 1971: é condenado à morte por ter ordenado o assassinato de sete pessoas, entre elas Tate. A pena é comutada em prisão perpétua

- 2012: seu 12º pedido de liberdade condicional é rejeitado

- 2014: recebe autorização para se casar com uma mulher de 26 anos. A permissão de 90 dias expira sem a realização da cerimônia

- 19 de novembro de 2017: morre aos 83 anos em um hospital da Califórnia

(Com agências internacionais)