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China proíbe falar "líder incapaz" ou "eu me oponho" nas redes sociais do país

28.fev.2018 - Pôster de propaganda do presidente Xi Jinping em uma rua de Pequim - Greg Baker/AFP
28.fev.2018 - Pôster de propaganda do presidente Xi Jinping em uma rua de Pequim Imagem: Greg Baker/AFP

Do UOL, em São Paulo

01/03/2018 13h44

Após o Partido Comunista Chinês anunciar no último domingo (25) que a extinção dos limites de tempo que um presidente pode ficar no poder (o que abriu margem para que o presidente Xi Jinping continue no cargo), os censores baniram várias palavras e expressões usadas nas redes sociais da China para evitar comentários de cidadãos contra o governo.

Referências aos livros de George Orwell, como Revolução dos Bichos e 1984, em que os personagens são controlados por líderes autoritários, foram proibidas, além de expressões como “meu imperador”, “controle vitalício” e “líder incapaz”.

Outras palavras e frases curiosas também foram bloqueadas, como “embarcar em um avião”, que segundo o jornal China Digital Times, em chinês, soa como “sentar no trono”. A palavra Disney também foi proibida.

Já no site Weibo, que é como um Twitter chinês, uma palavra simbólica foi proibida: discordar. 

Este tipo de censura não é algo novo no país e nem na presidência de Xi. O governo, contudo, costumava permitir certas formas de oposição nas redes sociais, mas resolveu intervir com medo de que a oposição ganhasse força e estimulasse grandes protestos populares.

O bloqueio já começou

Após o anúncio da lista de novas proibições, muitos usuários chineses começaram a criticar as medidas nas redes sociais. Rapidamente, os censores do governo substituíram as publicações por avisos de bloqueio.

No Weibo, já não é possível nem publicar os termos banidos pelo governo. Se o usuário tentar, uma mensagem aparece informando que o conteúdo viola os termos de serviço do site.

Na rede social, buscas por termos como “imortalidade”, “líder incapaz” e “eu me oponho” foram bloqueadas também.

Horas depois do anúncio das medidas, o número de buscas na internet com a palavra “migração” também subiu no país, o que ironicamente também levou à proibição dessa expressão nas buscas.