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Reino Unido expulsa 23 diplomatas russos em resposta ao envenenamento de ex-espião

AFP PHOTO / PRU
Imagem: AFP PHOTO / PRU

Do UOL, em São Paulo

14/03/2018 10h10Atualizada em 14/03/2018 12h39

A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou nesta quarta-feira (14) a expulsão de 23 diplomatas russos em resposta ao envenenamento de um ex-espião russo em solo britânico. May responsabilizou o governo russo pelo ataque contra Serguei Skripal e sua filha --ambos estão hospitalizados em estado grave.

May afirmou ainda que o Reino Unido cortará os laços diplomáticos de alto nível com a Rússia e não enviará ministros ou integrantes da família real britânica para a Copa do Mundo. 

Skripal, 66, foi encontrado em 4 de março em estado crítico junto com sua filha Yulia em um parque em Salisbury (sul da Inglaterra), onde vivia há anos. Um policial que tentou ajudá-los também se encontra em estado grave.

Segundo a premiê, a expulsão dos representantes diplomáticos é a maior ação contra a Rússia desde o fim da Guerra Fria e irá afetar o trabalho da inteligência russa no Reino Unido durante muitos anos.

Em nota, a embaixada russa em Londres afirmou ter sido notificada da expulsão dos diplomatas e disse considerar "esta ação hostil como totalmente inaceitável, injustificada e míope". "Toda a responsabilidade pela piora das relações entre a Rússia e o Reino Unido são de responsabilidade da atual liderança política britânica."

Policiais britânicos protegem a área em que um carrinho de supermercado está isolado no local em que o ex-espião russo Sergei Skripal foi atacado por um agente nervoso que era fabricado pela ex-União Soviética - Matt Dunham/AP - Matt Dunham/AP
Polícia protege área em que o ex-espião russo Sergei Skripal foi atacado por agente nervoso
Imagem: Matt Dunham/AP

Bens russos congelados e entrada controlada

Theresa May afirmou que os diplomatas foram identificados como "agentes de inteligência não declarados". Eles terão uma semana para deixar o Reino Unido. De acordo com a premiê, o governo também vai aumentar a checagem de cidadãos russos que entrarem no Reino Unido.

"Eles trataram o uso de um agente nervoso de grau militar na Europa com sarcasmo, desprezo e em tom desafiador", disse May. "Não há outra conclusão diferente do que considerar que o Estado russo foi culpado pela tentativa de assassinato de Skripal e de sua filha --e por ameaçar a vida de cidadãos britânicos em Salisbury, incluindo o detetive Nick Bailey", disse a premiê, em referência ao policial hospitalizado.

"Isto representa o uso ilícito da força pelo Estado russo contra o Reino Unido", acrescentou. "Nós iremos congelar bens estatais russos onde quer que haja evidência de que eles podem ser usados para ameaçar a vida ou propriedade de cidadãos ou residentes do Reino Unido", afirmou a premiê.

Rússia quer amostra da substância para responder

Mais cedo, o chanceler russo, Sergei Lavrov, afirmou que nenhum progresso foi alcançado para resolver o impasse com o Reino Unido sobre o envenenamento de Skripal e de sua filha. "Há apenas retrocesso, nós não vemos nenhum progresso" disse. Lavrov afirma que a Rússia estará pronta para fornecer uma resposta ao Reino Unido dentro de 10 dias se Londres submeter um pedido oficial, em linha com a Convenção de Armas Químicas.

O impasse entre os dois países se intensificou na quarta-feira, depois que um prazo de meia-noite estabelecido pela primeira-ministra britânica, Theresa May, expirou sem uma explicação por parte do Kremlin sobre como um agente nervoso desenvolvido por militares soviéticos foi utilizado no Reino Unido.

(Com agências internacionais)