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Reino Unido diz ser provável que próprio Putin tenha ordenado ataque com agente nervoso

Alexander Zemlianichenko/AFP
Imagem: Alexander Zemlianichenko/AFP

Do UOL, em São Paulo

16/03/2018 09h34Atualizada em 16/03/2018 11h35

O ministro de Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, disse nesta sexta-feira que é bastante provável que o próprio presidente russo, Vladimir Putin, tenha tomado a decisão de usar o agente nervoso de nível militar para envenenar o ex-espião russo Sergei  Skripal  no Reino Unido.

"Nossa desavença é com o Kremlin de Putin, e com sua decisão --e achamos altamente provável que tenha sido sua decisão-- de direcionar o uso de um agente nervoso nas ruas do Reino Unido, nas ruas da Europa pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial", disse o secretário. "Não temos nada contra os próprios russos. Não deve haver nenhuma russofobia em resultado do que está acontecendo", disse Johnson.

Pouco depois de os comentários de Johnson serem divulgados, o Kremlin disse que as acusações de envolvimento de Putin no ataque com agente nervoso são chocantes, relatou a agência de notícias Tass.

"Qualquer referência ou menção ao nosso presidente neste sentido é uma violação chocante e imperdoável das regras diplomáticas de comportamento decente", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, de acordo com a agência.
Peskov disse ainda que Moscou pode anunciar a qualquer momento medidas de retaliação contra o Reino Unido como parte da disputa diplomática. "Você podem esperar a qualquer minuto", disse Peskov a repórteres. 

A Rússia informou mais cedo nesta sexta-feira que deve expulsar diplomatas britânicos em resposta à decisão da primeira-ministra britânica, Theresa May, de expulsar 23 enviados russos.

O Reino Unido diz que a Rússia é responsável pelo envenenamento de Skripal, de 66 anos, e de sua filha Yulia, de 33, por meio do agente nervoso da era soviética conhecido como Novichok. Os dois foram encontrados inconscientes no dia 4 de março na cidade de Salisbury, no sul da Inglaterra, e permanecem hospitalizados em estado grave desde então.

A Rússia negou qualquer envolvimento, retratou o Reino Unido como uma ex-potência colonial abalada pela desfiliação da União Europeia e até insinuou que Londres fabricou o ataque na tentativa de estimular uma histeria anti-Rússia.

As relações entre os dois países estão tensionadas desde o assassinato do ex-agente do KGB Alexander Litvinenko com a substância radioativa polônio-210 em Londres em 2006, crime que um inquérito britânico disse provavelmente te sido aprovado por Putin.

(Com agências internacionais)