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Corpo de brasileira é encontrado em rio na Austrália; polícia suspeita de homicídio

Cecilia Haddad tinha 38 anos quando morreu em circunstâncias misteriosas na Austrália - Departamento de Polícia de New South Wales
Cecilia Haddad tinha 38 anos quando morreu em circunstâncias misteriosas na Austrália Imagem: Departamento de Polícia de New South Wales

Do UOL, em São Paulo

02/05/2018 12h11

A polícia do Estado de New South Wales, no sudeste da Austrália, investiga a morte da brasileira Cecilia Haddad, cujo corpo foi encontrado por canoístas na beira de um rio na cidade de Sydney às 10h15 do último domingo (29). Os investigadores, que pedem a ajuda da população, acreditam em homicídio.

Os policiais foram alertados pelos canoístas, que acionaram o serviço de emergência. “Embora a mulher ainda não tenha sido formalmente identificada, acredita-se que ela seja a brasileira de 38 anos”, desaparecida desde o último sábado (28), informou o departamento de polícia.

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Imagem: 9News
Cecília se mudou para a Austrália em 2007, quando começou a trabalhar para uma empresa de mineração no Oeste do país antes de se mudar para a New South Wales em 2016, onde morava sozinha em um apartamento na Rua St. Annes, em Ryde. 

A polícia escalou o Departamento de Homicídios para investigar as circunstâncias da morte. O investigador Ritchie Slim informou que o trabalho começou com um pedido de ajuda a vizinhos e amigos de Cecília. O objetivo é mapear os últimos passos da brasileira nos dias que antecederam sua morte.

"Cecilia desfrutou de uma vida social ativa e fez um grande círculo de amigos durante seu tempo em Sydney", afirmou Slim, em um comunicado da polícia. “Eles ficaram preocupados porque ela não compareceu a nenhum de seus compromissos marcados no sábado.”

Até agora, a polícia conversou com vários amigos da brasileira. “Por enquanto, conseguimos estabelecer que ela foi a um churrasco na noite de sexta-feira (27) e depois conversou com amigos no sábado de manhã, mas seus movimentos depois disso são desconhecidos.”

Seu veículo, um Fiat 500 vermelho, modelo 2013, foi visto fora de sua casa no sábado à tarde. "Estamos buscando imagens de câmeras de segurança que mostrem Cecilia ou seu veículo no fim de semana, possivelmente nas áreas de Hunters Hill, Ryde, Ryde, West Ryde e Woolwich", informou o investigador.

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Imagem: 9News
A polícia aguarda o resultado do exame cadavérico, realizado na terça-feira (1º). “Enquanto esperamos os resultados, estamos tratando sua morte como suspeita.”

Procurado, o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) informou que o Consulado-Geral do Brasil em Sydney acompanha o caso do desaparecimento da brasileira e mantém contato com seus familiares e com a polícia local. "Em atenção à Lei de Acesso à Informação e em respeito à privacidade da cidadã brasileira, esta assessoria não pode fornecer informações de cunho pessoal."

O suspeito

De acordo com a imprensa australiana, Cecilia foi casada com um brasileiro, que “consternado”, viajou a Sydney para identificar o corpo. O principal suspeito, no entanto, é outro brasileiro, um ex-namorado, que viajou para o Brasil logo depois do desaparecimento de Cecilia. 

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Corpo resgatado pela polícia após ligação de canoístas
Imagem: 9News
Além da viagem ocorrida no final de semana em que a brasileira desapareceu, a suspeita da polícia australiana, segundo a imprensa local, se deve ao fato de os dois terem terminado o relacionamento recentemente. Em razão disso, a polícia notificou as autoridades brasileiras sobre a viagem do suspeito. Procurada, a Polícia Federal não confirmou o contato dos investigadores australianos.

Executiva

Em New South Wales desde 2016, Cecilia foi contratada para trabalhar como gerente de logística em uma transportadora de cargas marítima, antes de abrir seu próprio negócio, a CHC Consulting. A consultoria prometia ajudar empresas de todos os tamanhos a se adaptar "aos momentos de transições competitivas".

A brasileira se formou em administração pela PUC-Rio em 2002, antes de concluir seu mestrado em engenharia industrial pela Melbourne Business School, em 2007, na Universidade da Tasmânia.

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Imagem: 9News