Solução militar para Venezuela teria custo alto para a população, diz FHC
O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou hoje que uma solução militar para a crise político-econômica da Venezuela teria um custo alto para a população do país vizinho.
"A experiência histórica tem demonstrado que a solução para crises como a da Venezuela, que são dramáticas porque são crises da democracia e da liberdade, quando se dão com pressão militar, não dão resultados muito positivos ou custam muito tempo para dar. [...] Acho que, quando se imagina que pela força se vai resolver, é um custo muito elevado para o povo da Venezuela. Nós também vamos pagar um certo preço", disse.
À tarde, o ex-presidente participou do debate "+Diplomacia: o papel do Brasil na América Latina" no evento Brazil Conference, promovido por alunos brasileiros das universidades de Harvard e MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos Estados Unidos.
O ex-presidente do Equador entre 1998 e 2000, Jamil Mahuad, e o chefe de gabinete do secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), Gonzalo Koncke também integraram a mesa do debate. Este último substituiu o secretário-geral, Luís Almagro, que não pôde comparecer, informou a organização.
Apoio de Rússia, China e Cuba
Como exemplos malsucedidos de intervenção militar para o restabelecimento da democracia, FHC citou a Líbia e o Iraque.
Para ele, é preciso levar em conta as forças geopolíticas globais e o apoio de Rússia, China e Cuba ao governo ditatorial de Nicolás Maduro. Os dois primeiros, com destaque para a China, têm travado fortes disputas comerciais com os Estados Unidos em questões tecnológicas.
Na avaliação de FHC, o exílio de parte da elite venezuelana que defende a democracia também dificulta a recuperação de valores como liberdade e eleições livres. No final das contas, disse, a solução pode ser afetada por fatores externos, mas depende dos próprios venezuelanos.
O tucano afirmou, porém, que é preciso seguir conversando com o governo venezuelano para se tentar chegar a um acordo.
Possibilidade de intervenção militar
O Estado brasileiro reconheceu, na gestão Jair Bolsonaro, Juan Guaidó como presidente interino e autoproclamado da Venezuela. Guaidó é presidente da Assembleia Nacional, controlada pela oposição. Ele chegou a visitar Bolsonaro (PSL) no Palácio do Planalto este ano, tentando angariar forças para seu grupo político.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já cogitou a possibilidade de um intervenção militar na Venezuela.
Em visita a Trump, Bolsonaro não descartou o apoio do Brasil a uma eventual ação. Mais tarde, contudo, integrantes do governo falaram que essa possibilidade é remota e não é considerada seriamente no momento.
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