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PF prende membros da máfia italiana na Praia Grande, no litoral de SP

Passaporte falso utilizado por Nicola Assisi, considerado com o principal integrante da máfia "Ndrangheta em liberdade - Reprodução/OCCRP
Passaporte falso utilizado por Nicola Assisi, considerado com o principal integrante da máfia 'Ndrangheta em liberdade Imagem: Reprodução/OCCRP

Do UOL*, em São Paulo

08/07/2019 12h02

A Polícia Federal prendeu na manhã de hoje, em Praia Grande, litoral de São Paulo, dois italianos suspeitos de conexão com o braço da máfia italiana na América do Sul, conhecida como "Ndrangheta". Em dezembro de 2018, o UOL apontou que uma investigação apurava a ligação da máfia com o PCC (Primeiro Comando da Capital).

Os detidos são Nicola Assisi e seu filho, Patrick, que estavam em uma lista de "foragidos perigosos" elaborada pela polícia italiana. O grupo mafioso, com origem na região da Calábria, no sul de Itália, controlaria 40% dos envios globais de cocaína, representando o principal esquema criminoso importador para a Europa.

De acordo com a PF, seu filho "ocupava ao menos três apartamentos na cobertura de prédio de alto padrão". "Ambos estavam foragidos desde 2014, havendo notícia de que passaram por Portugal e Argentina utilizando-se de nomes falsos", diz um comunicado da Polícia Federal em Curitiba (PR), responsável pelo inquérito.

A cobertura onde os dois foram presos tem "sofisticado sistema de vigilância", segundo a polícia Os policiais encontraram no imóvel duas armas, dinheiro em espécie e veículos. A operação foi batizada como "Barão Invisível" e realizada em parceria com a Interpol e a Polícia da Itália. Os dois suspeitos devem ser extraditados para o país europeu.

"Duas brilhantes operações contra mafiosos, traficantes e criminosos", comemorou o ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, também fazendo referência a uma ação da Justiça da Espanha que prendeu um peruano condenado por tentativa de homicídio.

Pelo Twitter, o ministro da Justiça, Sergio Moro, parabenizou à PF pela prisão. "Brasil não deve ser refúgio para criminosos", disse.

A reportagem do UOL revelou na época que uma investigação comandada pelo IRPI (Projeto de Jornalismo Investigativo da Itália, na sigla em inglês) apontava que Assisi estaria vivendo na Praia Grande com um passaporte falso, dizendo ser o argentino Javier Varela, e teria uma empresa em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo. A ligação da máfia com o PCC foi revelada com detalhes pela primeira vez.

*Com informações da Ansa e Agência Estado