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Inundações em Veneza deixam dois mortos

Do UOL, em São Paulo

13/11/2019 09h41Atualizada em 13/11/2019 19h20

Resumo da notícia

  • Enchente atingiu 1,87 m acima do nível médio
  • Duas pessoas morreram em decorrência do mau tempo
  • Alta foi a maior desde novembro de 1966 na cidade italiana
  • Local é um conhecido polo turístico e recebe milhares de visitantes por ano
  • Todas as escolas em Veneza e nas ilhas permanecerão fechadas hoje

A cidade de Veneza amanheceu hoje em estado de emergência após registrar sua maior inundação desde 1966 na noite passada, com o fenômeno da "acqua alta" ("água alta", em tradução livre) atingindo 1,87 m acima do nível médio. De acordo com as autoridades, pelo menos duas pessoas morreram.

Um homem de 78 anos foi eletrocutado ao tentar reiniciar as bombas elétricas em sua residência. Já a segunda vítima foi encontrada morta dentro da própria casa. Ainda não se sabe a causa do óbito. Os dois casos aconteceram na ilha de Pellestrina.

"Enfrentamos uma maré mais que excepcional. Todos estão mobilizados para manejar a emergência", tuitou o prefeito de Veneza, Luigi Brugnaro.

Por volta de meia-noite (horário local, 20h de ontem em Brasília), o Centro de Marés indicava uma altura de 1,87 m, a maior "acqua alta" desde o recorde registrado em 4 de novembro de 1966.

Uma grande preocupação das autoridades é com a Basílica de San Marcos, já que o nível da água atingiu 1,10 m durante a noite e a inundou completamente, incluindo a cripta do santo.

Ontem, a Basílica havia sido inundada com 70 centímetros no nártex, banhando os mosaicos que formam o chão e as colunas, que acabaram de ser restauradas após a enchente de outubro de 2018.

Segundo jornalistas da AFP-TV, o nível da água atingia "1,20 metro em algumas zonas". "Estávamos a par do fenômeno, mas fomos beber algo e quando saímos, olhem....", declarou à AFP-TV uma turista francesa, que foi surpreendida pelas águas.

Inundação histórica em Veneza

AFP

Três das cinco grandes inundações ocorreram nos últimos 20 anos. A última em 2018. Para proteger Veneza das marés, que afetam cada vez mais seu patrimônio artístico, em 2003 foi iniciada a construção de 78 diques flutuantes com base no projeto MOSE (Módulo Experimental Eletromecânico). Este sistema fechará a lagoa em caso de excessiva elevação das águas do Adriático.

Todas as escolas em Veneza e nas ilhas permanecerão fechadas hoje. As áreas turísticas como a Praça de São Marcos não estão acessíveis. Houve apagões, especialmente no Lido e no Campo Santa Margherita, e a água entrou em praticamente todos os edifícios do centro, incluindo hotéis de luxo.

Segundo as previsões do Centro de Marés de Veneza, a alta continuará durante toda a semana e é esperado nesta quarta-feira um novo pico, que pode chegar a 1,45 m.

* Com informações da ANSA, EFE e AFP