Topo

Esse conteúdo é antigo

No Twitter, Itamaraty parabeniza Añez por "presidência interina da Bolívia"

A senadora boliviana Jeanine Añez - Reprodução/Facebook
A senadora boliviana Jeanine Añez Imagem: Reprodução/Facebook

DO UOL, em São Paulo*

13/11/2019 07h06

O Itamaraty, por meio de uma mensagem no Twitter, parabenizou a senadora Jeanine Añez por ter "assumido constitucionalmente" a presidência interina da Bolívia após a renúncia de Evo Morales. A nota ainda diz que o governo brasileiro pretende aprofundar a relação com o país. Jeanine se autoproclamou presidente em uma sessão legislativa realizada ontem que não contou com o quórum em nenhuma das Câmaras.

"O Governo brasileiro congratula a Senadora Jeanine Añez por assumir constitucionalmente a Presidência da Bolívia e saúda sua determinação de trabalhar pela pacificação do país e pela pronta realização de eleições gerais. O Brasil deseja aprofundar a fraterna amizade com a Bolívia", escreveu o Itamaraty em sua conta oficial.

Mais cedo, o chanceler Ernesto Araújo já tinha reconhecido a mudança interino no comando do país durante um jantar com membros de delegações estrangeiras prévio à cúpula dos Brics em Brasília. A informação foi publicada pelos jornais "O Globo" e "Folha de S. Paulo".

"Interinamente, claro, acho que é importante o compromisso de convocar eleições. Então nossa primeira percepção é que está sendo cumprido o rito constitucional boliviano, e queremos que isso contribua para a pacificação e a normalização do país", disse Ernesto Araújo.

Ainda ontem, o Itamaraty havia avaliado que a permanência de Evo Morales no poder teria ameaçado a "ordem democrática" na Bolívia, depois que a OEA constatou que ele se "beneficiou" de uma fraude nas eleições de 20 de outubro.

"A renúncia de Evo Morales abriu caminho para a preservação da ordem democrática, a qual se veria ameaçada pela permanência no poder de um presidente beneficiado por fraude eleitoral".

Añez se proclamou ontem presidente interina da Bolívia em uma sessão legislativa que não contou com o quórum em nenhuma das Câmaras. Ela alega ser a nova presidente do Senado, já que houve a renúncia do presidente do Senado e do vice-presidente da Casa, quando Evo Morales deixou o cargo. Além de Evo, renunciaram também o vice-presidente e o presidente da Câmara. Pela legislação local, o vice-presidente assume o cargo em caso de renúncia de Evo. Sem ele, a sequência seria o presidente do Senado, que Jeanine Añez alega ser a nova ocupante do cargo, e o presidente da Câmara.

Segunda vice-presidente do Senado, Añez havia se autoproclamado momentos antes presidente da Câmara Alta, por conta da ausência da titular da instituição e do primeiro vice-presidente, supostamente exilados na embaixada de México na Bolívia.

Horas depois, o Tribunal Constitucional (TC) deu seu aval à proclamação de Añez, 52 anos como presidente interina.

Morales, asilado no México depois de sua tentativa frustrada de se manter na presidência por mais de 13 anos por meio de eleições consideradas irregulares, reagiu denunciando "à comunidade internacional este ato de autoproclamação de uma senadora como presidenta que viola a CPE (Constituição) da Bolívia e as normas internas da Assembleia Legislativa".

*Com informações da agência AFP.