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Canadá superestimou demanda por maconha e agora tem 400 toneladas sobrando

Jardineira cuida de plantação de maconha em Nueva Helvecia, a 120 km de Montevideu, Uruguai - Pablo Brune/AFP
Jardineira cuida de plantação de maconha em Nueva Helvecia, a 120 km de Montevideu, Uruguai Imagem: Pablo Brune/AFP

Do UOL, em São Paulo

26/11/2019 09h02

Resumo da notícia

  • Quase 400 toneladas de maconha não vendida estão armazenadas em estoques por todo o Canadá
  • Devido à oferta exagerada, o preço da maconha despencou no país
  • Parte do problema é que muitos consumidores se mostraram "leais" ao mercado ilegal
  • Os especialistas seguem otimistas, prevendo uma triplicação do mercado legal de maconha nos próximos anos

O Canadá superestimou a demanda por maconha quando a droga foi legalizada no país, no ano passado. Agora, de acordo com o Financial Times, quase 400 toneladas de maconha não vendida estão armazenadas em estoques por todo o Canadá.

Devido à oferta exagerada, o preço da maconha despencou no país, enquanto distribuidores legais e ilegais brigam pela preferência do consumidor.

A Cronos Group, uma das maiores produtoras de maconha legal do país, chegou a vender a grama do produto por 3,58 dólares canadenses (o equivalente a R$ 11), um terço do preço pelo qual a maconha era vendida no começo do ano.

Empresas como a Canopy Growth e a Aurora Cannabis apostaram alto no cultivo da maconha desde a legalização: ambas colheram mais de 40.000 kg do produto no último ano, o que seria o bastante para abastecer toda a demanda do país.

Parte do problema é que muitos consumidores se mostraram "leais" ao mercado ilegal de maconha. Analistas em empresas como ArcView e BDS Analytics estimam que o comércio legal da droga deve arrecadar 400 milhões de dólares canadenses a menos do que o tráfico ilegal em 2019.

Os especialistas seguem otimistas, no entanto, prevendo uma triplicação do mercado legal de maconha conforme os consumidores forem se afastando dos traficantes. A estimativa é que o comércio legal tire mais de 1 bilhão de dólares canadenses do lucro do tráfico.

Quem investiu no mercado também está advogando pela "legalização 2.0", uma lei que liberaria produtos comestíveis e cigarros eletrônicos de maconha.

O Canadá foi a primeira entre as dez maiores economias do mundo a aprovar a produção e consumo recreacional de maconha em todo o país — antes deles, apenas o Uruguai havia tomado medida similar.