Trump, sobre ataque a general do Irã: "Não queremos iniciar uma guerra"
Resumo da notícia
- Para o presidente dos EUA, "agressão do regime iraniano ao Oriente Médio" precisa acabar
- Trump diz que Irã usa guerrilheiros para desestabilizar países vizinhos
- Aiatolá do Irã fala em vingança e premiê iraquiano, em guerra duradoura
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez hoje um breve pronunciamento para anunciar que seu país não pretende interferir na política do Irã.
Na noite de ontem, um ataque aéreo dos EUA em Bagdá, no Iraque, matou o general iraniano Qasem Soleimani, comandante da Força Quds em seu país. O fato foi recebido com protestos contrários e favoráveis à ação dos militares norte-americanos.
De sua residência em Mar-a-Lago, no estado norte-americano da Flórida, Trump assegurou que o ataque não representa uma iniciativa de guerra contra o Irã.
"Não estamos procurando uma mudança de regime", afirmou. "Nós tomamos a iniciativa na noite de ontem para parar uma guerra. Nós não queremos iniciar uma guerra", acrescentou.
Aos jornalistas presentes, porém, o republicano afirmou que "a agressão do regime iraniano à região (do Oriente Médio), incluindo o uso de guerrilheiros para desestabilizar seus vizinhos, precisa acabar e deve acabar agora".
O presidente norte-americano ainda reforçou a tese do Pentágono de que Qasem Soleimani tramava ataques nos EUA, justificando a movimentação que culminou ontem com a morte do militar iraniano.
"Soleimani planejava iminentes e sinistros ataques", disse Trump. "Seu reino de terror acabou."
Os EUA decidiram enviar tropas adicionais com cerca de 3.000 soldados para o Oriente Médio. Segundo informações da rede de TV CNN, um oficial da Defesa dos EUA confirmou a informação sob anonimato.
Como foi o ataque
O ataque coordenado pelos EUA contra um aeroporto em Bagdá, no Iraque, matou Qasem Soleimani, o chefe da Força Revolucionária da Guarda Quds do Irã, considerado um dos homens mais importantes do país. Além dele, ao menos outras sete pessoas morreram. Entre elas estava Abu Mahdi al-Muhandis, comandante de milícia do Iraque, apoiada pelo Irã. A milícia da qual ele fazia parte também atribuiu a morte aos EUA.
Naim Qassem, segundo na linha de comando do Hezbollah no Líbano, também seria uma das vítimas.
A Guarda Quds é uma força de elite do exército iraniano e teria sido responsável pela invasão da Embaixada dos EUA, em Bagdá, no início desta semana.
Pentágono diz que ataque foi ordenado por Trump
O Pentágono confirmou que o ataque aconteceu "sob ordens do presidente" Donald Trump. "Os militares dos EUA tomaram medidas defensivas decisivas para proteger o pessoal dos EUA no exterior, matando Qasem Soleimani", afirmou em nota.
"Este ataque teve como objetivo impedir futuros planos de ataque iranianos. Os Estados Unidos continuarão a tomar todas as medidas necessárias para proteger nosso povo e nossos interesses, onde quer que estejam ao redor do mundo", concluiu.
De acordo com o Pentágono, Soleimani "orquestrou" ataques em bases de coalizão no Iraque ao longo dos últimos meses e aprovou os "ataques" na embaixada dos EUA em Bagdá, ocorridos no início desta semana.
Horas após a confirmação da morte de Soleimani, a embaixada dos Estados Unidos em Bagdá, que na terça-feira foi alvo de um ataque por uma multidão pró-Irã, recomendou a seus cidadãos que deixem o Iraque "imediatamente".
Aiatolá do Irã fala em vingança e premiê, em guerra duradoura
O guia supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, afirmou que vai "vingar" a morte de Soleimani e decretou três dias de luto nacional no país.
"O martírio é a recompensa por seu trabalho incansável durante todos estes anos (...) Se Deus quiser, sua obra e seu caminho não vão parar aqui e uma vingança implacável espera os criminosos que encheram as mãos com seu sangue e a de outros mártires", afirmou Khamenei em sua conta no Twitter em farsi.
Khameni nomeou o vice de Qasem Soleimani, o general Esmail Ghaani, como novo chefe das Forças Quds. O programa da força "permanecerá inalterado em relação ao período de seu antecessor", afirmou o aiatolá.
O primeiro-ministro do Iraque, Adel Abdel Mahdi, afirmou nesta sexta-feira que o ataque vai "desencadear uma guerra devastadora no Iraque". "O assassinato de um comandante militar iraquiano que ocupava um posto oficial é uma agressão contra o Iraque, seu Estado, seu governo e seu povo", afirmou.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.