Antes de sabatina, indicado à Embaixada nos EUA faz peregrinação no Senado
Antes de ser sabatinado amanhã por senadores, o diplomata indicado a assumir a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Forster Junior, se dedica a uma peregrinação pelo Senado.
Forster mora em Washington D.C., nos Estados Unidos, onde já comanda a representação diplomática na prática como encarregado de negócios. Mas, devido à sabatina na Comissão de Relações Exteriores do Senado marcada para amanhã, está no Brasil.
Hoje ele percorreu gabinetes de senadores em busca de se apresentar melhor reforçando o currículo e de garantir o apoio necessário para que seu nome seja aprovado.
Mais cedo, o diplomata foi recebido pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), no gabinete.
Ao UOL, Forster afirmou estar tranquilo e se preparar para a função há mais de 25 anos com a experiência acumulada no Ministério das Relações Exteriores.
Forster precisa ser aprovado pela maioria dos senadores presentes amanhã na comissão, formada por 19 titulares e 19 suplentes.
Se aprovado no Senado, a indicação segue para análise do plenário da Casa. Se ele também passar na segunda etapa, é confirmado como embaixador. A posse depende de trâmites burocráticos. A previsão é que ele retorne aos Estados Unidos antes do carnaval.
A expectativa de parte dos senadores que compõem a comissão é de que Forster seja aprovado com relativa facilidade. Pesa a favor ser funcionário de carreira do Itamaraty, trabalhar na embaixada brasileira nos Estados Unidos e ser reconhecido como alguém pragmático, embora alinhado com as principais diretrizes do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Forster foi indicado pelo governo após a desistência de Bolsonaro em indicar um dos próprios filhos, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), por falta de apoio no Senado em outubro do ano passado.
Embora tenha articulado o máximo possível para ter seu nome aprovado no Senado, como manda a legislação, Eduardo não conseguiu reunir o apoio necessário. Por isso, seu nome acabou nunca sendo formalmente indicado pelo pai.
Quando Jair Bolsonaro fez uma visita oficial a Trump em março de 2019, Forster era o favorito a assumir o posto, um dos mais importantes do Ministério das Relações Exteriores, mas acabou sendo preterido por Eduardo.
À época, Forster buscou reforçar o próprio nome por meio da articulação da viagem e da participação em eventos tanto oficiais, como jantar da delegação brasileira, quanto extraoficiais. Ele também é próximo do professor de filosofia online, Olavo de Carvalho, que inspira a família Bolsonaro e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
O diplomata chegou a ser nomeado como o número dois de Araújo, em Brasília, em dezembro passado, mas o ato foi tornado inócuo dias depois, quando Bolsonaro decidiu indicá-lo embaixador.
O último embaixador brasileiro nos Estados Unidos foi Sérgio Amaral, que saiu do cargo em abril e retornou ao Brasil em junho. O diplomata já estava aposentado quando, a pedido do ex-presidente Michel Temer (MDB), assumiu a embaixada em 2016.
Amanhã será sabatinado ainda na Comissão de Relações Exteriores o diplomata indicado como embaixador do Brasil no Líbano, Hermano Telles Ribeiro.
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