Ministro diz que condenação de sargento da cocaína não faz 'sombra' à FAB
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, afirmou que a condenação do sargento Manoel Rodrigues —- sentenciado a seis anos de prisão por transportar 39 kg de cocaína na comitiva presidencial de Jair Bolsonaro (sem partido) —- não faz "sombra" à Aeronáutica.
"O que aconteceu com esse militar foi um fato isolado que jamais vai fazer sombra em relação à atuação da Força Aérea", disse o ministro, em entrevista coletiva no Ceará, na tarde desta segunda-feira (24). "E ele deve ser julgado e punido tanto na Espanha como aqui."
O segundo sargento da Aeronáutica Manoel Rodrigues confessou os crimes perante a Justiça da Espanha.
Segundo Azevedo, isso não interfere na história da Força Aérea Brasileira (FAB).
A minha Força Aérea, desde a Segunda Guerra Mundial, vem prestando serviços inestimáveis."
Fernando Azevedo, ministro da Defesa
"Liberei ontem a quarentena dos brasileiros. Emocionante ontem. Ali é o resultado do trabalho sério da minha Força Aérea."
Ministério não comenta sobre eventual afastamento
O UOL questionou o Ministério da Defesa se, internamente, o governo federal havia tomado alguma medida administrativa em relação a Rodrigues, como afastamento ou suspensão dos salários. A pasta não respondeu.
A Defesa enviou uma nota à reportagem em que menciona a conclusão de um inquérito policial militar, "instaurado no âmbito do Comando da Aeronáutica", e que foi enviado ao Poder Judiciário.
Com base nesse inquérito, o Ministério Público ofereceu denúncia contra Rodrigues. A reportagem não localizou o advogado do sargento.
Rodrigues estava na comitiva presidencial de Jair Bolsonaro em junho. Em acabou detido em Sevilha, na Espanha, em 25 de junho, quando foram encontrados 39 kg de cocaína com o militar.
Rodrigues disse que passava por dificuldades financeiras
Durante o julgamento, Rodrigues disse estar "profundamente arrependido", mas destacou que seu salário "não é muito alto" e que estava passando por dificuldades financeiras.
O militar recebeu R$ 7.600 brutos por mês, em média, entre julho e outubro do ano passado, segundo o Portal da Transparência. Em valores líquidos, recebeu R$ 6.400 líquidos. Ele também recebeu R$ 458 de diárias por mês entre fevereiro e junho.
Segundo o jornal ABC de Sevilla, Rodrigues afirmou à Justiça que teria que entregar a droga para uma pessoa que lhe faria "um sinal" num centro comercial. O destino do entorpecente era a Suíça.
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