Argentina fecha fronteiras por 15 dias após avanço do coronavírus
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou na tarde de hoje que as aulas no país estão suspensas e as fronteiras fechadas pelos próximos 15 dias para conter o avanço de coronavírus no país. O vírus foi chamado de "inimigo invisível" pelo presidente, que cobrou "atitudes solidárias" da população.
"Tomamos diversas decisões. A mais importante é que fechamos as fronteiras da Argentina por 15 dias", declarou ele nesta tarde após participar de uma reunião com ministros para discutir questões de saúde pública.
O país concedeu licenças médicas a todas as pessoas com mais de 65 anos para evitar o contágio em grupos de risco. Fernández também discute implementar horários específicos de atendimento a idosos nos postos de saúde para que evitem aglomerações.
"Temos que tentar minimizar a circulação do vírus, fazer o máximo para que ele não corra entre nós. Sabemos que todos os casos vieram de fora", observou. "Mas ganhar tempo é importante. Assim podemos administrar melhor essas questões sanitárias", acrescentou.
Antes, o governo já havia publicado um decreto proibindo, por 30 dias, todos os voos da Europa e demais zonas afetadas pelas covid-19. A medida passa a valer a partir de amanhã.
A Argentina faz fronteira com Brasil, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Chile. No fim de semana, autoridades já monitoravam a entrada de estrangeiros vindos dos países mais afetados pelo coronavírus; foram 237 postos nos quais europeus, norte-americanos, coreanos, chineses, japoneses e iranianos foram abordados.
Aulas suspensas
"Tomamos a decisão de suspender as aulas a partir de amanhã, ao menos até 31 de março. Fizemos isso para tentar minimizar a circulação dos estudantes e do vírus. Mas as aulas suspensas não significam que as escolas fecharão. Apenas que, durante 15 dias, os alunos não terão aulas", observou.
Fernández salientou que, ainda que a covid-19 não tenha provocado grande letalidade entre crianças, os menores são, muitas vezes, portadores que acabam passando o vírus adiante para adultos e idosos.
Patrulha contra quem não obeceder quarentena
A partir de hoje, pessoas que entraram no país nos últimos 15 dias já são monitoradas por autoridades em todo o país.
Fernández determinou 14 dias de "isolamento social obrigatório" para todos aqueles que chegarem das zonas mais afetadas pelo coronavírus: Europa, Estados Unidos, Coreia do Sul, China, Japão e Irã. Aqueles que descumprirem podem ser detidos pela polícia.
Turistas correm risco de expulsão, enquanto argentinos podem sofrer sanções penais.
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