Traficantes colombianos usam submarinos "caseiros" para transportar drogas
Submarinos "feitos em casa" têm sido usados por narcotraficantes na Colômbia para levar drogas aos Estados Unidos e até mesmo para a Europa, apesar da distância, segundo reportagem publicada pelo site britânico The Guardian com informações da AFP.
Em 2019, 33 embarcações desse tipo foram apreendidas, a maioria na costa do Pacífico. Para o contra-almirante Hernando Enrique Mattos Dager, no comando da força-tarefa Poseidon, que atua contra o tráfico de drogas no país sul-americano, o transporte marinho é mais viável aos cartéis.
"Grandes quantidades de cocaína são transportadas pelo mar", ele disse. "É muito mais fácil levar 1 tonelada de cocaína pelo mar do que de avião, porque há mais verificações de fretes nos aeroportos".
Dager estima que 80% das drogas ilícitas produzidas no país partem pelo Pacífico e 14% pelo Caribe.
Fabricação em oficinas secretas
Os submarinos são fabricados em oficinas secretas na região colombiana de mangues na costa noroeste do Pacífico. São dificilmente detectáveis pelos radares das patrulhas marinhas.
Eles navegam "nivelados com a superfície da água, e a parte que se projeta acima da superfície é muito pequena", afirma Dager, que acredita que sua equipe foi capaz de localizar apenas a "ponta do iceberg" desse tipo de operação.
Foram apreendidas 433 toneladas de cocaína no ano passado, mais da metade pela Marinha, mas estima-se que a produção no país seja superior a mil toneladas.
Em novembro, uma embarcação de 22 metros foi interceptada no outro lado do Atlântico, na costa da Galícia (Espanha), com cerca de 3 toneladas de cocaína. Dois de três tripulantes eram do Equador.
Até US$ 50 mil por travessia
Os submarinos clandestinos podem chegar à América Central em dois ou três dias. Os que são enviados ao México ou aos EUA são reabastecidos no oceano com comida, água e combustível. Os tripulantes podem receber até US$ 50 mil (R$ 254 mil), dependendo do tempo de travessia.
"Um quilo de cocaína vale US$ 30 mil (R$ 152 mil) nas ruas de Nova York", diz Dager.
As embarcações costumam levar uma tripulação de duas a quatro pessoas, geralmente recrutadas de comunidades de pesca locais, com frequência no Equador. Se forem interceptados pelas autoridades, "eles abrem válvulas de escape para deixar a água entrar e afundar a embarcação", antes de se jogar na água, afirma o capitão Victor Santos Pacheco, comandante da guarda costeira local.
As autoridades têm percebido recentemente um aumento desse tipo de operação também para o tráfico de maconha.
Os cartéis estão constantemente evoluindo suas táticas para fugir das apreensões. Agora eles estão usando tubos que funcionam como torpedos alados, conhecidos como "parasitas", que são fixados aos cascos de grandes navios, disse Pacheco. Eles também têm uma nova tática: uma "carga flutuada" equipada com GPS, projetada para a recuperação clandestina no mar.
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