China ocultou a extensão do surto de coronavírus, diz inteligência dos EUA
A China ocultou a extensão do surto de coronavírus, subnotificando o total de casos e as mortes em decorrência da doença, concluiu a inteligência americana em um relatório confidencial à Casa Branca, segundo reportagem da Bloomberg.
Três funcionários confirmaram a informação à agência, mas não detalharam o conteúdo do relatório. Dois oficiais disseram, no entanto, que o documento conclui que as informações da China sobre número de casos e mortes por covid-19 são falsas.
O surto de coronavírus no país começou na província chinesa de Hubei no final de 2019 e o país registrou publicamente 82.631 casos e 3.321 mortes, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) ao passo que os Estados Unidos, por exemplo, têm até o momento 163.199 casos e 2.850 óbitos.
Procuradas pela Bloomberg, a equipe de comunicação da Casa Branca e a embaixada chinesa em Washington não responderam aos pedidos de comentário sobre o assunto.
Deborah Birx, imunologista que assessora a Casa Branca, disse ontem que os dados públicos da China influenciaram suposições em outras partes do mundo sobre a natureza do coronavírus.
"A comunidade médica interpretou os dados chineses como: 'Isso era sério, mas menor do que se esperava'. Porque acho que provavelmente estávamos perdendo uma quantidade significativa dos dados, agora que vemos o que aconteceu na Itália e o que aconteceu com a Espanha", disse ela, referindo-se aos países europeus que já registraram mais de 100 mil casos de covid- 19 cada.
O secretário de Estado dos Estados Unidos Michael Pompeo exortou publicamente a China e outras nações a serem transparentes sobre seus surtos. Ele acusou repetidamente o país de encobrir a extensão do problema e de ser lento em compartilhar informações, especialmente nas semanas após o surgimento do vírus, e bloquear ofertas de ajuda de especialistas americanos.
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