Trump diz que está tomando cloroquina porque ouviu 'boas coisas' sobre ela
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou hoje que está tomando hidroxicloroquina há pouco mais de uma semana porque tem ouvido "muitas coisas boas" sobre o medicamento. A decisão, segundo ele, foi espontânea e não contou com aval do médico da Casa Branca.
"Você ficaria surpreso com a quantidade de pessoas que está tomando, especialmente entre as que estão na linha de frente [do combate ao coronavírus]", afirmou, sem citar provas. "Eu estou tomando porque eu acho que é bom. Ouvi um monte de histórias boas sobre ela. Se não for bom, eu conto a vocês", completou, se dirigindo a representantes da indústria dos EUA.
Trump também disse conhecer um médico que tem receitado a hidroxicloroquina a "centenas de pacientes" e "não perdeu nenhum deles". Ele não mencionou nomes ou forneceu mais evidências de que isso é verdade, mas defendeu que "as pessoas deviam ter permissão para tomar".
Nos últimos dois meses, o presidente dos EUA passou a propagandear a droga como um tratamento eficaz contra a covid-19. Ele fez a primeira menção à hidroxicloroquina em 21 de março, após o suposto potencial do medicamento ter sido propagado em círculos de extrema-direita na internet.
Nas últimas semanas, Trump havia deixado de mencionar a droga, conforme estudos apontaram sobre seus riscos e falta de eficácia. Mas as declarações de hoje mostram que o presidente resolveu retomar a estratégia de propagandear um suposto tratamento eficaz.
Eficácia não comprovada
Além disso, não há nenhuma comprovação científica que de que hidroxicloroquina realmente funcione para tratar a covid-19, muito menos para preveni-la —uma vez que é um medicamento, não uma vacina.
No Brasil, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que se opôs a uma adoção generalizada da cloroquina no SUS, apontou na semana passada que o entusiasmo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelo remédio se encaixa na estratégia do governo de tentar forçar uma reabertura da economia, mesmo a ausência de embasamento científico.
"Ele quer um medicamento para que as pessoas sintam confiança, para retomar a economia. E aí a pessoa fica na sua tranquilidade achando que o medicamento resolve o problema", disse Mandetta na última sexta-feira (15).
*Com Deutsche Welle
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