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Políticos votam para manter busto de general ligado à Klu Klux Klan nos EUA

Busto do coronel Nathan Bedford Forrest, que teria sido um dos líderes da Ku Klux Klan, no Tennessee (EUA) - Reprodução
Busto do coronel Nathan Bedford Forrest, que teria sido um dos líderes da Ku Klux Klan, no Tennessee (EUA) Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

12/06/2020 11h50Atualizada em 12/06/2020 14h38

Uma decisão do estado do Tennessee gerou uma nova onda de manifestações em Nashville (EUA). Isso porque os legisladores votaram pela manutenção do busto de um general ligado à Ku Klux Klan após pedidos da população para a sua retirada.

Por 11 votos a 5, um comitê da Câmara em Nashville decidiu, na última terça-feira, manter o busto de bronze de Nathan Bedford Forrest, um soldado confederado, no prédio do Capitólio Estadual de Tennessee. O argumento foi de que tirar o busto do Capitólio apagaria a história e poderia soar ofensivo para algumas pessoas.

O busto, que tem a inscrição "Exército dos Estados Confederados", está no prédio do governo estadual desde 1978 e já foi alvo de diversos pedidos de retirada. Forrest acumulou uma fortuna como proprietário de uma plantação e com o comércio de escravos antes de servir ao Exército Confederado durante a Guerra Civil.

Dezenas de pessoas protestaram contra a decisão em frente ao Capitólio. Os pedidos para a retirada do busto se intensificaram após os protestos antirracismo que tomaram conta do mundo desde o assassinato do norte-americano George Floyd, um cidadão negro morto por um policial branco durante uma abordagem em Minneapolis.

O deputado do partido Republicano Jerry Sexton, um dos votos contrários, sugeriu que a retirada poderia "ofender" outras pessoas. "Não era contra a lei ter escravos naquela época. Quem sabe, talvez alguns de nós sejam escravos um dia desses. As leis mudam", disse ele durante a sessão. "Mas e as pessoas que eu represento, vamos ofendê-los se mudarmos isso? Eles ficarão ofendidos. Mas isso não parece ser importante".

Do lado democrata, a deputada London Lamar afirmou que "apoiar Nathan Bedford Forrest é apoiar o racismo. "Não há maneira de contornar. Você é a favor ou contra. Ponto final", tuitou ela.

Apesar desta derrota, na quarta, os democratas conseguiram uma pequena vitória: o feriado anual de 13 de julho, quando se comemora o Dia de Nathan Bedford Forrest, não será celebrado este ano. O objetivo era cancelar por completo o feriado, mas não houve votos suficientes.