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Deslizamento de terra em mina de jade deixa mais de 100 mortos em Mianmar

A tragédia ocorreu após uma forte tempestade atingir a mina em Hpakant - MYANMAR FIRE SERVICES DEPARTMENT/MFSD via REUTERS
A tragédia ocorreu após uma forte tempestade atingir a mina em Hpakant Imagem: MYANMAR FIRE SERVICES DEPARTMENT/MFSD via REUTERS

Do UOL, em São Paulo*

02/07/2020 04h48Atualizada em 02/07/2020 12h40

Um deslizamento de terra em uma mina de jade no norte de Mianmar deixou pelo menos 160 mineiros mortos hoje, segundo autoridades locais.

A tragédia ocorreu após uma forte tempestade atingir a mina em Hpakant, um remoto município situado no estado de Kachin. Os mineiros estavam extraindo jades quando a mina foi invadida por uma onda de lama provocada pelas fortes chuvas que atingiram a região.

"Os mineiros foram arrastados por uma torrente de lama provocada pelas fortes chuvas", afirma um comunicado divulgado pelos bombeiros em sua página do Facebook. "O balanço total até o momento é de 126 mortos", completa a nota.

"As operações de resgate continuam", afirmaram fontes do corpo de bombeiros, depois que um comandante de polícia da região indicou que as tarefas de busca haviam sido interrompidas devido às fortes chuvas.

O deslizamento de terra em minas é um acidente que acontece com frequência no estado de Kachin. Pelo menos 54 pessoas morreram nesse tipo de acidente em abril de 2019 trabalhando na lucrativa, mas pouco regulamentada, indústria de jade, que emprega migrantes mal remunerados para extrair esta pedra semipreciosa com alta demanda na China.

A ONG Global Witness denunciou em 2015 a precária situação na qual trabalham os mineradores de jade em jazidas que são exploradas por guerrilhas, senhores da guerra, traficantes de drogas e militares, entre outros grupos.

Mianmar é o maior produtor mundial de jadeíta, uma variedade de jade bastante valorizada que é extraída principalmente nas montanhas de Kachin, e seus recursos ajudam a financiar os dois lados de uma guerra civil protagonizada há várias décadas por insurgentes da etnia kachin e os militares birmaneses.

(* Com informações da AFP)