Topo

Esse conteúdo é antigo

Presidente filipino concede perdão a oficial dos EUA que matou mulher trans

31.mai.2019 - Rodrigo Duterte, presidente das Filipinas, durante evento em Tóquio (Japão) - Tomohiro Ohsumi/Getty Images
31.mai.2019 - Rodrigo Duterte, presidente das Filipinas, durante evento em Tóquio (Japão) Imagem: Tomohiro Ohsumi/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

07/09/2020 14h46

O presidente filipino Rodrigo Duterte concedeu perdão a um oficial da Marinha norte-americana condenado por matar uma mulher transgênero no país há quase seis anos. A decisão, anunciada nesta segunda (7), foi criticada por organizações não governamentais.

O fuzileiro naval Joseph Scott Pemberton foi preso em 2015 pelo assassinato de Jennifer Laude em outubro de 2014 perto de uma base naval norte-americana no país asiático. Ele foi liberado na semana passada por bom comportamento, mas teve a decisão contestada pelos advogados que representam a vítima. As informações são da agência Reuters.

Em pronunciamento na televisão nesta segunda, o presidente afirmou que Pemberton foi tratado injustamente. "É como eu vejo, por isso o liberei, perdoei. Há momentos em que você é convocado para ser justo", declarou Duterte.

"Para resumir, sobre o tempo cumprido e, visto que onde ele estava detido não era do controle do prisioneiro - e para fazer justiça - o presidente garantiu o perdão absoluto", informou o ministro de Relações Estrangeiras das Filipinas, Teodoro Locsin, em seu Twitter.

Segundo a Reuters, a decisão pegou os advogados que representam a vítima foram pegos de surpresa. "Nós vemos que o estado de bem estar social dos nossos cidadãos foi deixado de lado", afirmou um deles, Rommel Bagares, a uma rádio local.

À agência, Cristina Palabay, da ONG de defesa dos direitos humanos Karapatan, declarou que a política de relações internacionais de Duterte está falida. "Nós vemos que a decisão não é só zombar da Justiça como uma demonstração evidente de subserviência aos interesses dos Estados Unidos", declarou.

Harry Roque, porta-voz do governo filipino, declarou que Duterte "apagou a punição", mas a condenação permanece.